Os
Estados Unidos e a Rússia, que continuam a ser as superpotências militares do
nosso planeta, também continuam a defrontar-se nos diferentes conflitos regionais que
vão acontecendo pelo mundo, numa lógica que vem desde Fevereiro de 1945 quando
se realizou a conferência de Yalta, onde Franklin Roosevelt e Josef Stalin, com
a presença de Churchill. Foi então que decidiram a repartição das zonas de influência
respectivas depois do fim da 2ª Guerra Mundial.
Nos últimos tempos, a imprevisibilidade de Donald Trump tem causado alguma perturbação na política
internacional e, por isso, o encontro que esta semana tiveram em Sochi o
secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo e o seu homólogo russo Sergei
Lavrov e, depois, o presidente Vladimir Putin, tornou-se um acontecimento importante.
Numa
altura em que se verifica um aumento da tensão entre os Estados Unidos e o
Irão, centrado no estreito de Ormuz, estes encontros servem para esclarecer as
duas superpotências sobre os seus pontos de vista e para definir linhas
vermelhas, mas também para fazer com que o mundo se sinta mais seguro. As palavras desanuviamento e contenção tornam-se cada vez mais necessárias, em vez das palavras ameaça e confronto. O
encontro de Sochi terá servido para restabelecer as boas relações entre os dois países,
mas também para discutir os tratados nucleares, nomeadamente a extensão do tratado
START III relativo à redução de armas nucleares que expira em 2021, assim como
a situação no Irão, na Ucrânia, na Venezuela e na Síria.
Os jornais
russos, nomeadamente o Коммерсант ou Kommersant, publicaram a fotografia do encontro entre Putin e
Pompeo, o que parece corresponder a um grande interesse russo neste encontro. O
facto é que, como acontece desde 1945, as instabilidades regionais e as ameaças
à paz mundial, são sobretudo uma consequência da geografia do petróleo e das
matérias-primas, em paralelo com o negócio do armamento. É assim, também, na Venezuela e
na Síria, no Irão e na Ucrânia.
Portanto, há que haver alguma contenção e desanuviar.