Um pouco por toda
a Europa sucedem-se as declarações de muita gente sobre a necessidade de se afastar
o medo e de se encararem com coragem os tempos de terror que estão a ser
impostos aos europeus, mas também a outros povos, por uma ideologia radical,
totalitária e intolerante. Os acontecimentos de Bruxelas, tal como os de Paris,
mas também de Londres, de Madrid, de Bagdad, de Damasco, de Nova Iorque e de
tantos outros locais, são demasiado perturbadores. Os tempos estão realmente
difíceis e são cada vez mais aqueles que hesitam em frequentar uma praia ou
entrar num estádio de futebol, numa estação do metropolitano ou num aeroporto. O
nosso modelo de vida está seriamente ameaçado. A nova imagem de uma Europa
policial e securitária já faz parte do nosso quotidiano, como mostra a capa do The Economist. Soldados e polícias
mascarados e armados de metralhadora passaram a fazer parte da paisagem humana da Europa. Ao
ambiente de incerteza económica e social reinante, juntou-se um ambiente de
desconfiança e de medo.
Neste quadro, é
evidente que ninguém confia nos dirigentes europeus que têm pouco estatuto e que, depois da casa
roubada, põem trancas na porta. Durante alguns anos, muito poucos pensaram na ameaça
que agora se revela e vimos os que então deviam ter pensado e actuado, a cometerem
erros de enorme gravidade, pelos quais ninguém lhes pede responsabilidades.
É realmente
lamentável e muito ridículo o que tem acontecido numa Europa desgovernada e
desorientada, desde que um grupo de mentirosos, incluindo políticos e
jornalistas que por aí andam, decidiram criar a teoria das armas de destruição
maciça e acabar com Saddam Hussein, por vingança ou por ignorância, mas com a ajuda dessa figura inesquecível de mediocridade que foi George W. Bush. Foi então que tudo começou. É bom lembrar esta realidade. Ponto final.