sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Portugal é a nova Califórnia da Europa

O Courrier International destaca na sua última edição uma reportagem intitulada Portugal – la Californie de l’Europe, que foi traduzida de uma reportagem publicada pelo Jornal de Notícias no passado mês de Junho.
O tema da ”nova Califórnia da Europa” tem sido abordado nos mass media portugueses e um jornal espanhol também já escrevera que Portugal era “o novo refúgio dos famosos que compram casas no país atraídos pela tranquilidade e segurança da Califórnia europeia”. Mais recentemente, também a revista Visão se interessou pela “Califórnia da Europa” e quis saber porque estão os norte-americanos a chegar em força a Portugal. Porém, foi a tradução francesa do artigo de Pedro Emanuel Santos, publicado na edição de 23 de Junho do Jornal de Notícias que o Courrier International escolheu para divulgar este verdadeiro fenómeno que é haver cada vez mais californianos a escolherem Portugal para viver. O autor da reportagem falou com seis californianos que escolheram Portugal para viver e que se sentem como se estivessem na Califórnia, que é quatro vezes maior do que Portugal em área e em população. Os seus nomes são Jen Wittman, Thomas Murray, Paulina Gallardo, Peter Wentzel, Meghana Kamdar e Todd Greentree, cujos discursos são muito semelhantes: fogem da agitação dos dias americanos, da insegurança e do custo de vida elevado, tendo encontrado em Portugal uma inesperada tranquilidade e um país seguro, barato e sem radicalismos como os que estão a aparecer nos Estados Unidos, onde a cultura da violência lhes é insuportável. Todos acrescentam que os portugueses são pessoas acolhedoras, que há bons cuidados médicos, que predomina uma mentalidade inclusiva, que há uma gastronomia de excelência e uma comunidade multicultural.
Não é vulgar aparecer uma tão elogiosa reportagem sobre Portugal numa publicação de grande prestígio internacional.

O cessar-fogo na Ucrânia pode esperar…

O encontro de Lviv entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o secretário-geral das Nações Unidas António Guterres e e o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdoğan foi um grande acontecimento político e um passo no sentido de ser encontrada uma solução política para o conflito que se arrasta há cerca de seis meses e que está a destruir a Ucrânia e a transtornar o mundo. O encontro é, em si mesmo, uma boa notícia, pois representa a vontade de encontrar a paz, com Erdoğan e Guterres a quererem replicar o acordo de exportação de cereais para um acordo mais geral que conduza a um cessar-fogo e a negociações, pois a via militar revela-se cada vez mais como uma não-solução. A lógica do desgaste ou da humilhação do adversário, bem como a vontade de derrotar o agressor ou o provocador, não fazem qualquer sentido perante a enorme tragédia a que assistimos diariamente e dos riscos do conflito se poder internacionalizar ainda mais do que já está, com armamentos e combatentes de tão diferentes origens.
É por isso que, com o apoio de Guterres, Erdoğan terá oferecido a sua mediação para um encontro entre os líderes russo e ucraniano e proposto um cessar-fogo na Ucrânia, mas Zelensky terá posto como primeira condição que os russos abandonem os territórios ocupados, o que significa que não será fácil sair deste imbroglio. Como hoje assinalava um jornal português, o presidente Volodymyr Zelensky desafinou ao ouvir os cânticos de paz de Erdoğan e de Guterres, até porque o seu nacionalismo e a sua determinação parecem ser estimulados ou dirigidos por Washington e Londres.
Há que reconhecer os esforços de Erdoğan e Guterres e esperar que não desistam, mas aqueles que querem a paz parece que ainda têm muito que esperar.