A edição de ontem
do jornal Star Tribune que se publica no estado do Minnesota, destaca que
cerca de quatro centenas de grandes incêndios florestais estão a afectar o
Canadá, desde “a British Columbia à Nova Scotia”, isto é, desde a costa do
Pacífico ao Atlântico. É uma vaga de incêndios sem precedentes nos registos
históricos canadianos e o referido jornal afirma que “os incêndios florestais
canadianos sufocam metade dos Estados Unidos”, com os fumos a atingirem todo o
nordeste do país, mas também os distantes estados do Texas e da Florida, cobrindo
as cidades de Nova Iorque, Washington e Filadélfia, em cujos aeroportos
chegaram a ser suspensas as aterragens. Já arderam mais de quarenta mil
quilómetros quadrados de florestas canadianas, uma área maior do que a Bélgica
e quase metade da área de Portugal.
O ambiente e os
níveis de poluição deterioraram-se e as máscaras faciais características da
pandemia do covid-19, que já tinham
sido esquecidas, voltaram aos rostos das pessoas, ao mesmo tempo que as escolas
encerraram e as aulas foram transferidas para plataformas online.
Os fumos
libertados pelos incêndios canadianos atravessaram o oceano Atlântico e
chegaram à Noruega. Perante a gravidade da situação, o Canadá pediu a ajuda da
União Europeia e, de imediato, Portugal, Espanha e França decidiram enviar um
contingente de 280 bombeiros, que se irão juntar aos bombeiros
norte-americanos, australianos, neozelandeses e sul-africanos que já estão no
Canadá, onde as forças armadas também participam no combate às chamas.
O governo
canadiano atribui a actual crise às alterações climáticas, pois a Primavera foi
muito quente e seca em quase todo o país, enquanto as previsões meteorológicas
para as próximas semanas não são animadoras.
Uma fotografia
publicada num jornal nova-iorquino mostrava António Guterres no seu gabinete da
sede das Nações Unidas em Nova Iorque, observando o “fumo canadiano” que
envolvia a cidade e, certamente, a pensar no mais que poderia fazer na sua luta
pela defesa do planeta e do seu ambiente.