A imprensa
indiana de referência anuncia hoje que a monção de sudoeste chegou ao estado de
Kerala com sete dias de atraso e o jornal The Times of India escreve que a
monção chegou “a week after normal date”. A data normal da chegada da monção ao
sul da Índia é o dia 1 de Junho, mas este ano estava previsto que chegasse no
dia 4. Chegou no dia 8 de Junho por influência das alterações climáticas e do
ciclone “Biparjoy”.
Esta monção de
sudoeste começa na costa do Kerala nos primeiros dias de Junho e, nos últimos
150 anos, a data em que se iniciou variou muito, sendo a mais antiga no dia 11
de Maio de 1918 e a mais atrasada no dia 18 de Junho de 1972, de acordo com
dados oficiais. Apesar dessas datas-limite, antigamente até se adivinhava o dia
e a hora a que a monção chegava e começava a chover. Era e continua a ser um
dia de grande satisfação para as populações rurais, marcando-lhes o seu ritmo
de vida depois de vários meses de seca e de calor.
A monção é a designação dada aos ventos
sazonais que ocorrem em grandes áreas costeiras tropicais e subtropicais,
designadamente na Índia, devido ao desigual aquecimento atmosférico em terra e
no mar. Assim, o ar quente torna-se mais leve e sobe na atmosfera, criando uma depressão atmosférica (baixas pressões),
enquanto o ar frio fica relativamente mais pesado e gera um anticiclone (altas pressões). O diferencial
destas pressões origina o vento que sopra dos anticiclones para as depressões.
Na estação fria
as regiões continentais arrefecem mais rapidamente do que os mares adjacentes
que se mantém quentes e o vento sopra da terra para o mar (monção de nordeste),
mas na estação quente acontece o fenómeno inverso, isto é, o calor absorvido nas
zonas terrestres é mais intenso do que aquele que é absorvido nas águas do mar e
o vento sopra do mar para a terra (monção de sudoeste). No subcontinente
indiano, devido à localização dos Himalaias, a monção de sudoeste é importante,
porque a intensidade da chuva é um sinal de vida, pois transporta a humidade de
que carece o meio ambiente e a agricultura.
Este ano a monção
está atrasada em Goa, pois tem a chegada prevista para o dia 10 de Junho.
Depois, até Setembro, serão quatro meses com chuvas constantes, muitas
trovoadas, mau tempo no mar e “catadupas de água”, como se lhe referiu uma geógrafa,
embora haja muita gente que prefere os quatro meses de monção do que o calor e
o tempo seco dos outros meses.
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