terça-feira, 7 de abril de 2020

Há alguns sinais positivos no horizonte


Os sinais que nos últimos dias nos chegam da Itália, de França e da Espanha, mas também de Portugal, são animadores, isto é, parece que o covid-19 está a ser contido e que as medidas de confinamento adoptadas estão a produzir resultados. 
Esses sinais estão inscritos na imprensa desses países e embora ainda estejamos no plano da catástrofe humanitária, da depressão económica profunda e de uma crise social como a nossa geração não conhecera, o jornal francês La Dépêche diz que há “enfim, um pouco de esperança”, enquanto o jornal catalão el Periódico diz que “el virus desacelera” e que “Italia también frena el contagio”. No entanto, há ainda alguns outros jornais que sustentam a mesma opinião.
Ainda será cedo para perceber a evolução da pandemia e, nesta altura em que tanto se fala da curva, ninguém sabe como ela vai evoluir e se tem um ou mais picos, mas os sinais que são hoje transmitidos pela imprensa são muito encorajadores. Além disso, temos visto como aqueles que estão na primeira linha de luta contra o vírus se comportam com extrema dedicação e nos transmitem confiança, apesar das faltas de material de protecção sanitária que, como se observa nas declarações televisivas, são uma constante em todos os países. Por isso aqui fica o lamento pelo triste papel a que se têm prestado os bastonários dos médicos e dos enfermeiros, ao assumirem um corporativismo primário na denúncia das faltas de máscaras, de luvas, de fatos, de ventiladores e não sei de que mais, como se fosse possível que algum país tivesse tudo isso na emergência que nos afecta. O que nos vale são os profissionais que estão na primeira linha e estes sinais positivos que se vislumbram no horizonte.

A ganância dos homens em tempo de crise

No meio das preocupações e incertezas com que o mundo está confrontado, há muita gente que se aproveita da situação para fazer negócios e para mostrar uma grande irresponsabilidade social. Um caso que aconteceu com um empresário de Santiago de Compostela mereceu hoje destaque de primeira página no jornal El País e em outros jornais espanhóis, ilustrando a forma como actuam os gananciosos.
Esse indivíduo acedeu a um armazém de uma empresa de distribuição de produtos sanitários e roubou material avaliado em cinco milhões de euros, incluindo milhões de máscaras de máxima protecção, daquelas que têm faltado aos profissionais da saúde que estão na primeira fila do combate à pandemia. Além das máscaras, foram também roubadas luvas cirúrgicas, calças e uniformes sanitários, kits de medicamentos e álcool. O objectivo deste roubo seria a venda deste material em Portugal e, segundo pensa a investigação, terá tido êxito.
O caso terá acontecido em Fevereiro quando o coronavírus já ameaçava a Espanha e já havia um alerta sanitário, pelo que as autoridades galegas detiveram o referido empresário que “estava plenamente consciente” de que aquele material iria ser necessário.
Tendo investigado o local da ocorrência, a polícia apenas encontrou uma enorme quantidade de caixas vazias e algum material de menor valor, tendo sido a fotografia desse armazém que ilustrou as capas de vários jornais. A notícia informa que as autoridades galegas, em colaboração com as autoridades portuguesas, estão a investigar a rede envolvida nesta prática ilícita e criminosa.