Desde meados de
2017, isto é, desde há quase dois anos que se têm verificado perturbações da
ordem pública, actividades de intimidação e actos de grande violência na
província moçambicana de Cabo Delgado, conduzidas por grupos radicais armados, provavelmente
de natureza jihadista. Calcula-se que já terão morrido entre 100 a 150 pessoas,
contabilizadas entre as populações atacadas, os agressores armados e os elementos
das forças de segurança.
Para enfrentar
esta situação que se vem agravando e que pode representar uma tentativa de
instalação de uma base territorial, o governo moçambicano decidiu criar as
forças especiais da Polícia da República de Moçambique, que ontem se
apresentaram perante o Presidente da República. Nessa oportunidade, segundo o jornal O País, o Presidente Filipe
Nyusi incentivou os cerca de dois milhares de elementos em parada para a necessidade de redobrar esforços para combater os grupos armados que têm efectuado
ataques em vários distritos da província de Cabo Delgado, mas que também era
necessária a mobilização de toda a população moçambicana.
Na passada semana,
uma caravana de viaturas pertencente a uma empresa petrolífera americana foi
atacada por um grupo armado na área de Palma, no extremo norte de Moçambique, de
que resultaram vários feridos e esse ataque foi o primeiro dirigido a alvos de
uma empresa envolvida em projectos de exploração de gás natural. Depois, no
distrito de Macomia, num ataque a uma viatura, morreram seis pessoas e várias
ficaram feridas. A criação das forças especiais da Polícia da República de
Moçambique é uma resposta para ultrapassar a instabilidade que se vive no norte
de Moçambique e, em especial, na província de Cabo Delgado.