segunda-feira, 22 de abril de 2024

A imprensa e a evocação do 25 de Abril

Estão a comemorar-se cinquenta anos sobre o 25 de Abril de 1974 – o dia inicial, inteiro e limpo, como se lhe referiu Sofia de Melo Breyner – e, sem polémicas nem contestações, os portugueses estão a celebrar essa data histórica com entusiasmo.
Numa sondagem publicada na última edição do semanário Expresso era revelado que 65% dos portugueses considerava o 25 de Abril o mais importante acontecimento da História de Portugal, enquanto 68% entendia que o modelo de comemoração oficial ainda faz sentido. De facto, um pouco por todo o país, em especial nas escolas, nas autarquias e nas associações cívicas, tanto o Estado como a sociedade civil têm vindo a celebrar a reconquista da Liberdade e da Democracia por diferentes formas, sobretudo exposições, conferências, colóquios, torneios desportivos e festas populares.
A comunicação social tem-se associado a esta histórica celebração com edições especiais, nas quais se fazem balanços, se evocam episódios mais ou menos conhecidos, se republicam fotografias históricas e se destaca o papel de alguns protagonistas como Salgueiro Maia, Otelo Saraiva de Carvalho ou Vasco Lourenço. Porém, a edição especial do Jornal de Letras, Artes e Ideias ou, simplesmente JL, dirigida pelo histórico José Carlos de Vasconcelos, difere da generalidade das outras edições especiais, ao focar-se na análise dos 50 anos de Liberdade e Democracia através de textos subscritos por diversos intelectuais de referência. É frequente que, por motivos comerciais, algumas edições especiais usem a frase “esta é uma edição para guardar”, mas não é o caso do JL, embora tivesse todo o sentido que essa recomendação fosse feita. É mesmo uma edição para ler e guardar!