Estão a
comemorar-se cinquenta anos sobre o 25 de Abril de 1974 – o dia inicial, inteiro e limpo, como se
lhe referiu Sofia de Melo Breyner – e, sem polémicas nem contestações, os
portugueses estão a celebrar essa data histórica com entusiasmo.
Numa sondagem
publicada na última edição do semanário Expresso
era revelado que 65% dos portugueses considerava o 25 de Abril o mais
importante acontecimento da História de Portugal, enquanto 68% entendia que o
modelo de comemoração oficial ainda faz sentido. De facto, um pouco por todo o
país, em especial nas escolas, nas autarquias e nas associações cívicas, tanto
o Estado como a sociedade civil têm vindo a celebrar a reconquista da Liberdade
e da Democracia por diferentes formas, sobretudo exposições, conferências, colóquios,
torneios desportivos e festas populares.
A comunicação
social tem-se associado a esta histórica celebração com edições especiais, nas
quais se fazem balanços, se evocam episódios mais ou menos conhecidos, se
republicam fotografias históricas e se destaca o papel de alguns protagonistas
como Salgueiro Maia, Otelo Saraiva de Carvalho ou Vasco Lourenço. Porém, a
edição especial do Jornal de Letras, Artes e Ideias ou, simplesmente JL,
dirigida pelo histórico José Carlos de Vasconcelos, difere da generalidade das
outras edições especiais, ao focar-se na análise dos 50 anos de Liberdade e
Democracia através de textos subscritos por diversos intelectuais de
referência. É frequente que, por motivos comerciais, algumas edições especiais
usem a frase “esta é uma edição para guardar”, mas não é o caso do JL, embora
tivesse todo o sentido que essa recomendação fosse feita. É mesmo uma edição para ler e guardar!
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