domingo, 10 de janeiro de 2021

A neve e o frio que tanto nos afectam

No início da semana o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) alertou num comunicado que se aproximava a depressão Filomena centrada a sul do arquipélago dos Açores e que os seus efeitos se iriam sentir no arquipélago da Madeira e no sul do continente, isto é, previam-se dias de chuva, vento forte, agitação marítima e muito frio. 
Assim aconteceu e a ilha da Madeira esteve sob temporal, enquanto o continente está a ser varrido por uma onda de frio, com as temperaturas nocturnas a descerem abaixo de zero em quase todo o país e com queda de neve em muitas regiões, incluindo no Alentejo. Não estamos habituados a este frio. Não há aquecimento que lhe resista. A depressão Filomena está a ser demasiado dura. 
Porém, a Filomena entrou pela vizinha Espanha e não foi mais moderada para com os espanhóis. Antes pelo contrário, pois levou o frio a todo o território e cobriu de branco quase todo o país. A região de Madrid foi coberta pelo maior nevão registado nas últimas décadas, que cortou várias estradas e bloqueou centenas de automobilistas, levou ao encerramento do aeroporto e provocou cortes no abastecimento de electricidade. A capital espanhola está paralisada e o frio é intenso, enquanto nos Picos da Europa, no reino das Astúrias, a estação de Veja de Liordes registou a temperatura mínima de -35.6 graus, que é um recorde absoluto desde que há registos. Será mais uma manifestação das alterações climáticas em curso? 
O jornal El País dedica a sua primeira página à nevada que cobriu Madrid, deixando apenas um pequeno espaço sobre o triste final do mandato de Donald Trump.