A visita que o
primeiro-ministro português está a realizar à República de Moçambique e a que o
jornal O País dá hoje um grande destaque, não se enquadra numa vulgar ou
protocolar visita de Estado em que se marca presença em alguns locais
simbólicos, se depõem coroas de flores, se assinam alguns acordos já antes
negociados e se fazem declarações a revelar empatia entre o visitado e o
visitante.
A visita de António
Costa vai para além do simbolismo da presença do chefe do governo português na
III Cimeira Luso-moçambicana, devido às suas
ligações emocionais com aquela terra onde em 1929, na antiga cidade de Lourenço
Marques, nasceu o seu pai, o escritor Orlando da Costa. De resto, António Costa
tem familiares moçambicanos e essa circunstância facilita enormemente o
fortalecimento das relações luso-moçambicanas que esta visita consolida.
Durante
a visita foram assinados diversos acordos de cooperação, nomeadamente no
domínio da segurança social, da administração interna e dos transportes aéreos
mas, sobretudo, foram relançadas as relações históricas entre os dois países de
língua portuguesa. António Costa foi recebido e conviveu com Filipe Nyusi, o
chefe de Estado moçambicano e, das imagens que chegaram até nós, só podemos
concluir que se abriram as portas para um novo ciclo de cooperação entre
Portugal e Moçambique.