A edição de hoje
do South
China Morning Post que se publica em Hong Kong, assinala as celebrações
do 70º aniversário da derrota da Alemanha nazi e destaca a presença do
Presidente Xi Jinping na Praça Vermelha de Moscovo, a chefiar uma delegação do
PLA (People’s Liberation Army), ao lado de Vladimir Putin, durante a gigantesca
parada militar que se realizou.
O mundo viu as
imagens na televisão e não pode ter deixado de ficar impressionado com esta
exibição de poder, que ressuscita o orgulho russo depois da humilhação que foi
a implosão da União Soviética. Esta iniciativa ultrapassa os limites da própria
Rússia e, simbolicamente, parece fazer renascer um mundo bipolar, ao aproximar
a China e a Rússia, mas também outros países como a Índia, o Vietname, a Mongólia,
a Sérvia, Cuba e a Venezuela, entre outros, mas significa também o apoio chinês
à Rússia, quando esta está a sofrer um boicote ocidental devido ao seu
envolvimento na Ucrânia. Os representantes ocidentais faltaram à “festa russa”,
mas Putin mostrou que tem muitos e bons amigos. Foi uma parada militar “à moda
antiga” e como há muitos anos não se via, com 16 mil soldados, incluindo uma
representação do Exército Popular Chinês, com um desfile de sofisticado equipamento
militar, onde se incluiam tanques e mísseis balísticos intercontinentais,
enquanto a mais moderna aviação russa sobrevoava o desfile. O Presidente Vladimir Putin
discursou e apelou para que não seja esquecido “o património comum de valores”
dos vencedores da guerra, mas também disse que “a História pede-nos que sejamos
de novo vigilantes”. Assim se vê, como uma atrevida intervenção ocidental nos
tumultos de Kiev degenerou, se agravou e provocou a Rússia que já está a acordar o seu orgulho e a suscitar muito mais preocupações no ocidente.