Quando em Janeiro
deste ano Donald Trump chegou à Casa Branca com a sua divisa Make America Great Again, os vectores da
sua acção governativa centraram-se na economia, que é o motor que gera os
empregos, os salários e todos os outros rendimentos que alimentam materialmente
o American Way of Life e conquistam o
eleitorado.
Esta filosofia
política do presidente Donald é alimentada pela sua própria personalidade narcisista
e pela sua condição de empresário de sucesso, que faz com que trate todos os
assuntos internos e internacionais americanos como um negócio. Assim,
imagina-se que as decisões do presidente não assentam no direito internacional,
na diplomacia, na política, ou na cultura, mas resultam apenas de análises
custo-benefício, ou por outras palavras, na ponderação dos milhões que poderão ser
facturados.
Nesse contexto, a
ideia de pressionar os países da NATO para aumentar a despesa em Defesa,
passando-a de 2% para 5% do PIB, embora seja enquadrada pela potencial ameaça
russa ao flanco Leste dos países da NATO, é um objectivo para os Estados Unidos
como forma de dinamizar as suas indústrias de Defesa. O caso do avião Lockheed Martin F-35, cujo custo unitário é superior a 100
milhões de dólares e cuja produção emprega 146.000 pessoas, é o símbolo maior
da necessidade americana de vender material de guerra, que é o que pretende
Donald Trump.
Lembremos a famosa cena de sabujice desse lambe-botas que é Mark Rutte, o
secretário-geral da NATO, quando disse para Trump e em directo na televisão,
que “a Europa vai pagar em grande, como deve, e vai ser uma
vitória sua”.
Hoje,
o jornal espanhol El Mundo dá a notícia: ignorando que a Espanha é um país
soberano, Donald Trump veio exigir que eleve os seus gastos militares para 5%
do PIB e sugeriu a sua expulsão da NATO, se não cumprir com esse diktat. Simplesmente inacreditável, talvez mesmo ridículo.
O Donald é mesmo um grande fanfarrão!