De vez em quando
rebentam grandes bombas no mundo dos negócios, como foi caso do Lehman Brothers
em 2008 ou, a uma escala mais modesta, o nosso BES que implodiu em 2014, ou as muitas companhias de aviação que desaparecem. Agora,
foi a famosa agência de viagens britânica Thomas Cook que faliu, depois de ter
estado durante 178 anos no mercado do turismo e em outras actividades a ele
ligadas. Era uma referência mundial pois transportava todos os anos cerca de 19
milhões de turistas, mas não conseguiu concorrer com a venda directa online que com ela concorria com preços
mais favoráveis. O seu modelo de negócio estava em crise há alguns anos porque
não se adaptou aos novos tempos das plataformas digitais, pois quem viaja
passou a utilizar o modelo it yourself,
em que as reservas de passagens aéreas, hotéis e outros serviços associados são
feitas online, o que significa que os
serviços prestados pelas agências de viagens têm cada vez menos procura. Os
défices de exploração e o passivo da empresa foram-se acumulando e surgiu um
ultimato bancário para o qual eram necessários 227 milhões de euros. Ninguém lhe
deu a mão, nomeadamente o accionista chinês Fosun, nem o governo de Boris
Johnson. Um frio comunicado foi emitido
ontem:
Thomas
Cook has confirmed that all of the UK companies in its group have
ceased trading including Thomas Cook Airlines. As a result, we are sorry to
inform you that holydays and flights provided by these companies have been
cancelled and are no longer operating. All Thomas Cook’s retail shops have also
closed.
Havia 600.000 clientes em viagem, um pouco por todo o mundo, que não sabem como regressar ao seu país e, provavelmente, alguns milhares de hotéis que não vão receber pelos serviços que prestaram aos clientes da Thomas Cook. Há 22.000 funcionários que perderam o emprego. Uma frota de 34 aviões Airbus 321 e 330 parou. Um jornal português diz que “gigante falido deixa calotes a hotéis portugueses”, um jornal das Canárias anuncia que “a falência da Thomas Cook representa a perda de 15 mil empregos” e o jornal económico francês La Tribune diz que esta falência foi "um terramoto para o turismo". Neste caso, como vem sendo hábito nas grandes empresas que vão à falência, os seus gestores receberam salários e bónus de muitos milhões de euros, mesmo quando a falência já estava no horizonte. O problema é que os terramotos costumam ter réplicas...
Havia 600.000 clientes em viagem, um pouco por todo o mundo, que não sabem como regressar ao seu país e, provavelmente, alguns milhares de hotéis que não vão receber pelos serviços que prestaram aos clientes da Thomas Cook. Há 22.000 funcionários que perderam o emprego. Uma frota de 34 aviões Airbus 321 e 330 parou. Um jornal português diz que “gigante falido deixa calotes a hotéis portugueses”, um jornal das Canárias anuncia que “a falência da Thomas Cook representa a perda de 15 mil empregos” e o jornal económico francês La Tribune diz que esta falência foi "um terramoto para o turismo". Neste caso, como vem sendo hábito nas grandes empresas que vão à falência, os seus gestores receberam salários e bónus de muitos milhões de euros, mesmo quando a falência já estava no horizonte. O problema é que os terramotos costumam ter réplicas...