A edição de hoje
do diário Iran Daily anuncia com grande destaque que modernos navios do
Irão, da Rússia e da China saíram do porto iraniano de Chabahar, iniciando quatro dias de exercícios navais no mar de Oman e na área norte do oceano Índico,
com o objectivo de “melhorar a segurança do comércio marítimo internacional e
combater a pirataria e o terrorismo”. O exercício foi baptizado com o nome de código Marine Security Belt e, segundo foi
anunciado, vai incluir diversos exercícios tácticos, como tiro ao alvo, resgate
de navios assaltados, combate a incêndios e outros exercícios combinados, mas na realidade trata-se
de uma grande operação de comunicação em que a Rússia e a China mostram ao
Ocidente e ao mundo que são aliados do Irão e que “o Irão não pode ser
isolado”.
Para os Estados
Unidos e para a sua política errática na região do Golfo este exercício
multinacional conjunto mostra que, de facto, já existe uma coligação militar de
apoio ao Irão e que a influência militar americana na região já não é o que
era. Por isso, a repetida intenção de Donald Trump de hostilizar a República
Islâmica do Irão e as suas frequentes ameaças de desencadear um ataque contra o seu território e as suas eventuais instalações de produção de engenhos nucleares, foram
fortemente abaladas com a realização deste exercício e com a formalização desta
forte aliança, sendo considerado que a diplomacia americana falhou no seu propósito
de isolar internacionalmente o Irão, tal como falhara na tentativa de controlar
a guerra na Síria. Porém, o que não deixa de ser preocupante para a paz no
mundo é a forma como todos os grandes interesses se posicionam no Médio Oriente e no
Golfo.