sábado, 28 de dezembro de 2019

Exercícios navais do Irão, Rússia e China


A edição de hoje do diário Iran Daily anuncia com grande destaque que modernos navios do Irão, da Rússia e da China saíram do porto iraniano de Chabahar, iniciando quatro dias de exercícios navais no mar de Oman e na área norte do oceano Índico, com o objectivo de “melhorar a segurança do comércio marítimo internacional e combater a pirataria e o terrorismo”. O exercício foi baptizado com o nome de código Marine Security Belt e, segundo foi anunciado, vai incluir diversos exercícios tácticos, como tiro ao alvo, resgate de navios assaltados, combate a incêndios e outros exercícios combinados, mas na realidade trata-se de uma grande operação de comunicação em que a Rússia e a China mostram ao Ocidente e ao mundo que são aliados do Irão e que “o Irão não pode ser isolado”.
Para os Estados Unidos e para a sua política errática na região do Golfo este exercício multinacional conjunto mostra que, de facto, já existe uma coligação militar de apoio ao Irão e que a influência militar americana na região já não é o que era. Por isso, a repetida intenção de Donald Trump de hostilizar a República Islâmica do Irão e as suas frequentes ameaças de desencadear um ataque contra o seu território e as suas eventuais instalações de produção de engenhos nucleares, foram fortemente abaladas com a realização deste exercício e com a formalização desta forte aliança, sendo considerado que a diplomacia americana falhou no seu propósito de isolar internacionalmente o Irão, tal como falhara na tentativa de controlar a guerra na Síria. Porém, o que não deixa de ser preocupante para a paz no mundo é a forma como todos os grandes interesses se posicionam no Médio Oriente e no Golfo.

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