sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Guterres e a luta contra a crise climática

Não é habitual que as Nações Unidas e o seu secretário-geral ocupem as manchetes dos jornais e, por isso, a edição de ontem do Diario de Avisos, o periódico de Tenerife, é mesmo um singular acontecimento que merece ser distinguido.
O jornal publica uma fotografia do secretário-geral António Guterres, destacando a sua persistente luta contra as alterações climáticas e a afirmação de que “la crisis climática nos está matando”, com base na informação de que as mortes por calor em maiores de 65 anos aumentaram cerca de 70% nos últimos cinco anos e que nos esperam mais incêndios, mais efeitos da seca e mais vítimas. A crise climática é um assunto muito urgente para merecer a atenção da humanidade, mas as respostas políticas têm sido muito tímidas e insuficientes, sobretudo por parte das grandes potências industrializadas.
Entretanto, os relatórios das Nações Unidas, da Organização Mundial de Saúde e de muitas organizações não-governamentais continuam a mostrar os efeitos do aquecimento global e o aumento das emissões nocivas de carbono, pelo que António Guterres declarou que isso prova que o mundo está num caminho rápido para o desastre, que pode tornar o nosso planeta inabitável, ao mesmo tempo que acrescenta que não se trata de ficção ou exagero. Porém, a comunidade científica vem afirmando que ainda é possível reduzir para metade as emissões poluentes até 2030, ao mesmo tempo que pressiona os governos mundiais a tomarem medidas para reduzir as emissões, apontando sete eixos temáticos de intervenção: colapso de ecossistemas, extinção das espécies, aumento do nível e aquecimento dos oceanos, seca, fome, doenças e calor extremo.
Como avisa António Guterres, o mundo está num caminho rápido para um desastre que pode tornar o nosso planeta inabitável.