Não é habitual
que as Nações Unidas e o seu secretário-geral ocupem as manchetes dos jornais
e, por isso, a edição de ontem do Diario de Avisos, o periódico de
Tenerife, é mesmo um singular acontecimento que merece ser distinguido.
O jornal publica
uma fotografia do secretário-geral António Guterres, destacando a sua persistente
luta contra as alterações climáticas e a afirmação de que “la crisis climática
nos está matando”, com base na informação de que as mortes por calor em maiores
de 65 anos aumentaram cerca de 70% nos últimos cinco anos e que nos esperam
mais incêndios, mais efeitos da seca e mais vítimas. A crise climática é um
assunto muito urgente para merecer a atenção da humanidade, mas as respostas políticas
têm sido muito tímidas e insuficientes, sobretudo por parte das grandes
potências industrializadas.
Entretanto, os
relatórios das Nações Unidas, da Organização Mundial de Saúde e de muitas
organizações não-governamentais continuam a mostrar os efeitos do aquecimento
global e o aumento das emissões nocivas de carbono, pelo que António Guterres
declarou que isso prova que o mundo está num caminho rápido para o desastre,
que pode tornar o nosso planeta inabitável, ao mesmo tempo que acrescenta que
não se trata de ficção ou exagero. Porém, a comunidade científica vem afirmando
que ainda é possível reduzir para metade as emissões poluentes até 2030, ao
mesmo tempo que pressiona os governos mundiais a tomarem medidas para reduzir
as emissões, apontando sete eixos temáticos de intervenção: colapso de
ecossistemas, extinção das espécies, aumento do nível e aquecimento dos
oceanos, seca, fome, doenças e calor extremo.
Como avisa
António Guterres, o mundo está num caminho rápido para um desastre que pode
tornar o nosso planeta inabitável.
Pouco a pouco a população vai tomando consciência da gravidade da situação. Era bom que dela, os patrões do mundo não fossem os últimos.
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