A revista The
Economist, uma prestigiada publicação inglesa dedicada aos assuntos
políticos e económicos internacionais, escolheu como tema principal da sua
última edição a Federação Russa e o seu actual líder Vladimir Putin, a
propósito da passagem do primeiro centenário da revolução russa de Outubro de
1917, também conhecida como Revolução Bolchevique ou Revolução Vermelha.
Como consequência da insatisfação popular, no dia 25 de
Outubro de 1917 as forças
bolcheviques ocuparam o Palácio de Inverno em Moscovo e sob a direcção de
Vladimir Lenine tomaram o poder, forçaram a retirada russa da 1ª Guerra Mundial,
desencadearam uma violenta guerra civil e, em 1922 , criaram a União Soviética (URSS).
A intenção de
levar a revolução a todo o mundo foi tenazmente perseguida pela URSS, sobretudo
depois da 2ª Guerra Mundial, em que esteve ao lado dos vencedores. O seu poder
militar e o seu pioneirismo aeroespacial foram marcantes na imagem internacional da
URSS, mas muitas coisas correram mal, a crise instalou-se e o regime implodiu.
A URSS foi
dissolvida em 26 de Dezembro de 1991, através de uma declaração do Soviete Supremo
que reconheceu a independência das antigas repúblicas soviéticas, enquanto o
presidente Mikhail Gorbachev entregava o poder (e os códigos do arsenal nuclear
soviético) ao novo presidente russo Boris Iéltsin. Foi um período muito duro
para os russos, muitas vezes humilhados no plano internacional.
A partir de 1999,
na sequência da renúncia de Iéltsin, a Federação Russa passou a ser governada
por Vladimir Putin, um ex-agente do KGB e chefe dos serviços secretos
soviéticos e russos. A Rússia reergueu-se e a sua voz passou a ser escutada no mundo. Dezassete anos
depois de ter chegado ao poder, ora como Primeiro-ministro, ora como
Presidente, Vladimir Putin tem reafirmado a força do seu país após as humilhações
da década de 1990 e tem mostrado à comunidade internacional as suas ambições,
designadamente na anexação da Crimeia e nas campanhas da Síria e da Ucrânia.
Hoje está recuperado o prestígio russo no seio da comunidade internacional e o
The Economist considera Putin o novo czar de todas as Rússias, um czar pós-moderno e o mais
poderoso dirigente russo depois de Staline mas, apesar de ter apenas 65 anos de
idade, já há quem discuta o problema da sua sucessão.