terça-feira, 5 de maio de 2020

O reconhecimento da língua portuguesa

Hoje, dia 5 de Maio, celebrou-se pela primeira vez o Dia Mundial da Língua Portuguesa, uma data que foi oficializada no ano passado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e que, por iniciativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), já antes se comemorava como o Dia da Língua e da Cultura Portuguesa.
As celebrações foram discretas porque os tempos não estão nada de feição para celebrações ou para festas. No entanto, várias personalidades da Literatura, da Música, do Cinema e da Ciência dos nove países que têm a língua portuguesa como língua oficial – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - subscreveram mensagens de regozijo pelo reconhecimento internacional da língua portuguesa que, de acordo com os rankings mais credíveis, será a quinta língua mais falada no mundo. O próprio secretário-geral das Nações Unidas, na sua dupla qualidade de dirigente do principal organismo internacional e de cidadão português, difundiu uma mensagem a assinalar o acontecimento, tal como fizeram outros luso-falantes, nomeadamente alguns presidentes da República e até um Prémio Nobel.
Os falantes de português serão cerca de 290 milhões que residem nos nove países da CPLP, a que se devem juntar as diásporas de cada um dos países que se encontram fora dos seus países de origem e que vivem em vários países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, mas também na Austrália, na África do Sul, na Venezuela e, naturalmente em Macau e Goa. 
O reconhecimento internacional da língua portuguesa é, seguramente, um factor que prestigia e credibiliza todos os países que se exprimem em português e todos os cidadãos luso-falantes.

Brasil: o povo nem sempre tem razão

Portugal é um país que tem vários países-irmãos e amigos, mas o seu irmão mais velho chama-se Brasil. Não é preciso invocar o passado histórico nem a língua comum para justificar a relação íntima que existe entre os dois países e, por isso, tudo o que acontece no Brasil interessa aos portugueses, sobretudo nos aspectos culturais, em especial com a música e o futebol, mas também nos aspectos políticos.
Acontece que depois de um conturbado processo político, no dia 28 de Outubro de 2018 os brasileiros elegeram Jair Bolsonaro para presidente da República Federativa do Brasil com 55% dos votos, mas como nos ensina a História, por vezes o povo engana-se nas escolhas que faz. Parece ser esse o caso, pois é lamentável o que se está a passar no Brasil, sobretudo depois de se ter revelado a calamidade que está a ser a pandemia de covid-19. O Jair revela-se uma personalidade menor e as elites culturais e económicas brasileiras devem estar a chorar pelo apoio directo ou indirecto que lhe deram, quando recusaram Fernando Haddad e a gente do  PT.
A pandemia que ele sempre desvalorizou já é uma calamidade nacional com mais de 100.000 infectados e mais de 7.000 mortos mas, apesar dessas trágicas estatísticas, o Jair continua a desrespeitar todas as normas sanitárias e a participar em protestos que apelam à dissolução do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, ao mesmo tempo que sugere, incita ou ameaça com uma intervenção militar. É a escalada da insensataz, escreve hoje o Correio Braziliense. É um impensável nível de irresponsabilidade. Os seus aliados desertam todos os dias, como aconteceu com Sérgio Moro, um seu fiel seguidor que vai fazendo os seus trabalhinhos mais ou menos sujos para subir na política brasileira. O Jair já não tem futuro. O povo enganou-se.