segunda-feira, 30 de maio de 2022

Um novo cardeal para a Igreja de Goa

A edição de hoje do jornal oHeraldo, um diário que foi fundado em Goa no ano de 1900 e que até 1983 se publicou em língua portuguesa, anunciou com grande destaque que o Arcebispo Filipe Neri Ferrão vai ser elevado a cardeal pelo Papa Francisco, no consistório marcado para o próximo dia 27 de Agosto.
Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão é natural de Goa onde nasceu em 1953, quando aquele território estava sob soberania portuguesa, tendo enveredado pela vida religiosa e pelo catolicismo, num país maioritariamente hindu. Foi sacerdote em várias paróquias de Goa e estudou em Itália e na Bélgica. Em 1994 o Papa João Paulo II escolheu-o para Bispo Auxiliar de Goa e Damão e, em 2004, nomeou-o Arcebispo de Goa e Damão, o mais antigo arcebispado da Ásia que tinha sido criado em 1557, com direito ao título honorífico de Patriarca das Índias Orientais, a que aquela diocese tinha sido elevada em 1886.
O Arcebispo Filipe Neri Ferrão fala fluentemente várias línguas, entre as quais o português, tendo presidido às cerimónias de Fátima em Outubro de 2014. A sua escolha para o Cardinalato deve ter sido recebida euforicamente pelos católicos de Goa, numa altura em que o catolicismo já não é a religião maioritária naquele estado e em que há tensões religiosas em alguns estados indianos vizinhos. 
A comunidade católica goesa que vive em Portugal também acolheu esta notícia com enorme alegria e eu, que conheço o homem de cultura e o amigo de Portugal que é o futuro cardeal, também aqui deixo o meu aplauso à escolha do Papa Francisco. 

Sucessos e alegrias do desporto português

No passado fim-de-semana ocorreram alguns acontecimentos desportivos internacionais em que, a título colectivo ou individual, se destacaram alguns dos nossos compatriotas. Sou do tempo em que os portugueses, exceptuando o caso singular do hóquei em patins, só tinham vitórias morais e, por isso, estamos perante uma grande satisfação, sobretudo os que praticaram ou os que gostam de desporto.
No topo colocamos a vitória do Benfica sobre os alemães do Magdeburgo e a conquista da Liga Europeia de andebol ou EHF Champions League, improvável e inesperada, mas muito justa, que passa a constituir o maior feito da história do andebol português. É certo que a selecção portuguesa já em 2021 entrara definitivamente para a elite mundial do andebol com o 10º lugar no Mundial do Egipto e o 9º lugar nas Olimpíadas do Japão, mas a vitória benfiquista sobre os poderosos alemães é mesmo um feito desportivo histórico. Porém, no mesmo patamar de destaque, colocamos Fernando Pimenta, o canoísta português que tem duas medalhas olímpicas e que é, certamente, o maior atleta português de todos os tempos e que, num só dia, conquistou quatro medalhas de ouro na Taça do Mundo de Poznan em canoagem, ao vencer as provas de K1 500, K1 1000, K2 500 (com Teresa Portela) e K1 5000.
Porém, os atletas portugueses não tiveram só vitórias. A equipa de futebol sub-17 perdeu com a França na “lotaria dos penaltis” e foi afastada da final do UEFA Under 17 Championship, enquanto o ciclista João Almeida desistiu do Giro d’Italia quando lutava pelos primeiros lugares e foi apanhado pelo covid-19.
Foi, portanto, um fim-de-semana com algumas boas alegrias desportivas, mas lamenta-se que a imprensa desportiva e não só, apenas se tivesse fixado nos êxitos do andebol e tenha ignorado Fernando Pimenta, João Almeida e os jovens futebolistas sub-17. A capa do jornal A Bola confirma o que se escreveu.