terça-feira, 16 de janeiro de 2024

100 dias de guerra e milhares de mortos

A guerra na Faixa de Gaza já leva 100 dias de destruição e de morte e, na sua última edição, o jornal Kuwait Times escreveu que são “100 dias de genocídio em Gaza”. Com a mesma acusação de genocídio a África do Sul acusou Israel perante o Tribunal Penal Internacional (TPI).
A história deste conflito é muito antiga, mas agravou-se no dia 7 de Outubro quando os militantes do Hamas realizaram uma operação contra Israel, de que resultaram cerca de 1.200 mortos e 240 reféns, dos quais cerca de uma centena já foi libertada. Naturalmente, a reacção de Israel foi muito dura e já causou cerca de 24 mil mortos, incluindo milhares de mulheres e crianças, bem como a destruição de inúmeras infraestruturas e blocos residenciais, levando a que a maior parte dos 2,2 milhões de habitantes de Gaza esteja deslocada internamente.
O mundo está perante uma catástrofe humanitária e, segundo um responsável das Nações Unidas pelos refugiados, “a morte em massa, a destruição, o deslocamento, a fome, a perda e a dor estão a manchar a humanidade”. Os apelos internacionais para que haja um cessar-fogo aumentam todos os dias e António Guterres tem estado na primeira linha desse apelo porque, segundo disse, “nada justifica a punição colectiva do povo palestiniano”, ao mesmo tempo que também apelou à libertação dos reféns e, perante a tensão na sua fronteira norte, pediu a Israel e ao Líbano para pararem de “brincar com o fogo”.
O risco de escalada e de expansão da guerra é cada dia maior, apesar do secretário de Estado americano Antony Blinken vir afirmando que é preciso "fazer todos os possíveis" para evitar que a guerra em Gaza se estenda a outros territórios. No entanto, nem Blinken, nem Biden, parecem ser capazes de travar Israel e a sua actuação vingativa, desproporcionada e desumana sobre o povo palestiniano.