A guerra na Faixa
de Gaza já leva 100 dias de destruição e de morte e, na sua última edição, o
jornal Kuwait Times escreveu que são “100 dias de genocídio em Gaza”.
Com a mesma acusação de genocídio a África do Sul acusou Israel perante o
Tribunal Penal Internacional (TPI).
A história deste
conflito é muito antiga, mas agravou-se no dia 7 de Outubro quando os
militantes do Hamas realizaram uma operação contra Israel, de que resultaram
cerca de 1.200 mortos e 240 reféns, dos quais cerca de uma centena já foi libertada.
Naturalmente, a reacção de Israel foi muito dura e já causou cerca de 24 mil
mortos, incluindo milhares de mulheres e crianças, bem como a destruição de
inúmeras infraestruturas e blocos residenciais, levando a que a maior parte dos
2,2 milhões de habitantes de Gaza esteja deslocada internamente.
O mundo está
perante uma catástrofe humanitária e, segundo um responsável das Nações Unidas
pelos refugiados, “a morte em massa, a destruição, o deslocamento, a fome, a
perda e a dor estão a manchar a humanidade”. Os apelos internacionais para que
haja um cessar-fogo aumentam todos os dias e António Guterres tem estado na
primeira linha desse apelo porque, segundo disse, “nada justifica a punição
colectiva do povo palestiniano”, ao mesmo tempo que também apelou à libertação
dos reféns e, perante a tensão na sua fronteira norte, pediu a Israel e ao
Líbano para pararem de “brincar com o fogo”.
O risco de
escalada e de expansão da guerra é cada dia maior, apesar do secretário de
Estado americano Antony Blinken vir afirmando que é preciso "fazer todos os possíveis" para evitar que a
guerra em Gaza se estenda a outros territórios. No entanto, nem Blinken,
nem Biden, parecem ser capazes de travar Israel e a sua actuação vingativa,
desproporcionada e desumana sobre o povo palestiniano.