quinta-feira, 1 de maio de 2025

O dia do grande apagão ibérico

Aconteceu no dia 28 de Abril pelas 11 horas e 30 minutos. O fornecimento de energia eléctrica foi interrompido e nas nossas casas cessou a iluminação, calou-se a televisão, perdeu-se a internet e os telefones deixaram de funcionar. Os elevadores do prédio em que residimos deixaram de funcionar e porque não estávamos preparados com telefonias alimentadas a pilhas, estivemos sem quaisquer informações quanto à previsibilidade desta anomalia. No exterior paralisou a rede do metropolitano e no aeroporto cessaram todas as operações. Fecharam as escolas e o comércio, apagaram-se os sinais luminosos de regulação do trânsito. Parece que os geradores de emergência não funcionaram porque não tinham combustível... O Governo e a Protecção Civil parece que ficaram imobilizados. Com paciência fomos esperando, enquanto as horas passavam.
Quase doze horas depois o fornecimento de energia eléctrica foi retomado e em poucos minutos a nossa vida voltou à normalidade. O colapso energético, ou o apagão, terminou.
Então, as estações televisivas encheram-se de “especialistas” para explicar o que não sabiam e de alguns políticos que aproveitaram a oportunidade para integrar esta situação no combate eleitoral que aí vem. Embora o assunto seja tecnicamente muito complexo, toda aquela gente parecia dominá-lo sem quaisquer hesitações. Porém, entre muitas explicações especulativas e até fantasiosas, ficamos a saber que o problema afectou toda a península Ibérica, mas também algumas regiões da França, da Itália e de outros países. Houve quem afirmou que até podia ter sido um ciberataque ou insinuasse que podia ser a preparação de uma invasão estrangeira.
Toda a imprensa ibérica do dia 29 de Abril, designadamente o jornal madrileno ABC, destacou este acontecimento sem precedentes e que mostra como somos demasiado vulneráveis nos nossos quotidianos. Certamente que, muitos se lembraram do sofrimento por que passa o povo ucraniano, que é vítima da inoperância de muitos líderes de muitas bandeiras, que demoram a encontrar soluções para o conflito que ali ocorre desde 2014 e, de forma mais intensa, desde 2022.