segunda-feira, 16 de abril de 2018

Um rescaldo da ofensiva militar na Síria

A ofensiva militar dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França contra alvos sírios é um bom exemplo da complexidade da vida internacional e do poder que os mass media têm sobre as opiniões públicas (que votam e escolhem governos). Por isso, é muito difícil saber a verdade, tanto mais que o ataque ocorreu poucas horas antes dos peritos da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) iniciarem a sua investigação quanto à veracidade ou encenação do ataque químico que aconteceu em Douma. Um ataque químico do regime de Bashar el-Assad faria pouco sentido numa altura em que os "rebeldes" já estavam derrotados pelos soldados governamentais e pelos seus aliados russos. Assim,  há que desconfiar de tudo isto, até por uma questão de bom senso.
Parece, portanto, que os mísseis deveriam ter esperado pelos resultados da investigação da OPAQ e que, tanto Emmanuel Macron como Theresa May, não deveriam ter ido a reboque do impulsivo Donald, que o ex-director do FBI vem agora dizer que “é moralmente inapto para ser presidente”. Porém, os mísseis foram disparados e, dois dias depois, uma parte da história considera que a acção foi um êxito, enquanto a outra parte afirma ter sido um insucesso. Quem mente mais? Será o Donald que afirma ter sido uma vitória e que a missão foi cumprida, ou serão os russos de Putin que afirmam que dos 110 mísseis lançados houve 71 que foram interceptados pela defesa aérea síria e que os 12 mísseis que foram lançados sobre a base aérea de Dumayr foram todos abatidos?
Macron entusiasmou-se com os mísseis e aproveitou para ser pôr em bicos de pés, mas já percebeu que isso lhe pode trazer dissabores políticos internos pelo que já veio afirmar que não declarou guerra à Síria, como se os mísseis franceses levassem farinha em vez de alto-explosivo.
Theresa May também está atrapalhada porque quis agradar ao Donald sem ter apoio interno para isso, já que apenas 28% dos britânicos apoiaram a sua iniciativa, enquanto 36% a reprovaram, segundo uma sondagem publicada pelo The Independent. Jeremy Corbyn, o líder da oposição, já lhe declarou guerra e parece que o assunto não vai ficar por aqui, a lembrar a história de Tony Blair e a mentira sobre as armas de destruição maciça de Sadam Hussein que destabilizaram o Médio Oriente e o mundo.

Uma semana de festa rija em Sevilha

Começou no sábado quando eram 24 horas e só vai terminar às 24 horas do próximo sábado, isto é, a Feria de Abril ou Feria de Sevilla decorre exactamente durante uma semana e vai dar origem a um excepcional movimento de gente na cidade capital da Andaluzia.
A feira está considerada como Fiesta de Interés Turistico Internacional e tem um enorme impacto económico, social e cultural na cidade de Sevilha, mas também em toda a Comunidade Autónoma da Andaluzia, pois recebe diariamente cerca de 500 mil visitantes. Um dos pontos altos da feira é o programa tauromáquico oferecido pela praça de touros da Real Maestranza de Caballería, com quinze corridas de touros e sete novilhadas, mas a feira oferece muitas outras animações e uma grande diversidade gastronómica servida por inúmeros restaurantes, bares e bodegas, em que se destacam os vinhos brancos tradicionais da região, como o fino de Jerez de la Frontera e a manzanilla de Sanlúcar  de Barrameda, que foi celebrizada pela Carmen, a famosa ópera de Georges Bizet.
A feira também é uma quase “passagem de modelos”, com uma extensiva apresentação do trajo típico andaluz, tanto masculino como feminino. Este, é muito exuberante e é conhecido por traje de flamenca, apresentando-se com uma grande variedade de cores e de desenhos.
A edição sevilhana do jornal ABC destaca hoje a fotografia de duas sevilhanas em traje de flamenca, junto da Portada de la Feria de Abril, um ex-libris da feira que todos os anos é diferente, mas que é sempre imponente.
Sevilha não está longe da fronteira portuguesa e, por certo, não faltarão portugueses a divertir-se no recinto da feira que também é uma festa.