quinta-feira, 5 de abril de 2012

Um ano depois da troika

A edição de hoje do Diário Económico informa que “um ano depois de Portugal ter feito o pedido de ajuda financeira à troika, a economia portuguesa está bem pior. Todos os principais indicadores da economia nacional registaram agravamentos, com excepção das exportações – e mesmo estas estão em abrandamento”.
O jornal ilustra a sua primeira página com as fotografias do actual e do anterior Primeiro-Ministro e, dessa forma, induz os seus leitores a fazer comparações. E não podemos deixar de ficar seriamente preocupados.
Em Março de 2011 a dívida directa do Estado era de 152,48 mil milhões de euros, mas em Fevereiro de 2012 era de 180,71 – aumentou 18%! A taxa de desemprego passou de 12,7% para 14,5% - temos mais cem mil desempregados. Os juros da dívida subiram de 8,5 % para 12,0 %. O PIB contraiu-se 2,8 % nos últimos três meses de 2011. O consumo privado caiu 6,5% nos últimos três trimestres do ano passado. Em Março as vendas de automóveis caíram 49,2 % em relação ao mesmo mês do ano anterior. O principal índice da bolsa portuguesa (PSI20), que há um ano estava nos 7.816,7 pontos, está agora nos 5.544.9 pontos, perdendo 41% em menos de um ano. O crédito malparado atinge um recorde de mais de dois mil milhões de euros. As famílias devolvem 20 casas por dia aos bancos. Os jovens emigram. O pequeno comércio fecha as portas. A saúde e os transportes encareceram brutalmente. Os impostos aumentaram. Os subsídios de Natal e férias de 2012 e 2013 foram cortados para quase todos e, depois, estão em risco de extinção. Um ano depois da troika, o país está sem ânimo, sem confiança e sem fé.

Submarinos estimulam o orgulho indiano

A imprensa indiana dá hoje grande destaque à chegada à base naval de Visakhapatnam do INS Chakra, o primeiro submarino atómico de ataque indiano, referindo com indisfarçável orgulho que a República da Índia se juntou ao restrito grupo de seis países de elite que possuem submarinos nucleares. Em primeira página, a edição de hoje do jornal The Hindu titula: “For a strong Navy”.
A Marinha indiana apenas começou a operar submarinos convencionais em 1967 e, entre 1988 e 1991, operou um submarino nuclear russo por aluguer “para ver como era”. Experimentou, gostou e encomendou.
O novo submarino foi construído nos estaleiros russos de Vostok, desloca 12 mil toneladas e aloja uma tripulação de 80 homens. A sua chegada a Visakhapatnam foi um acontecimento nacional a que assistiu o Ministro da Defesa da República da Índia.
Mr. A. K. Antony destacou a cooperação naval russo-indiana e disse que até ao fim do ano serão recebidos o porta-aviões INS Vikramaditya e quinze novas lanchas de ataque rápido, anunciando ainda que, nos próximos 5 anos, a Marinha indiana receberá 5 navios por ano. O ministro terminou o seu discurso de boas vindas, afirmando:
“The nation is really proud of this latest addition to the Indian Navy. All of us look forward to operate this powerful platform. I am confident that whenever called upon, INS Chakra, would bring credit and glory to our country and the Indian Navy”.
Portugal tem uma tradição submarina desde 1913 e possui dois submarinos convencionais adquiridos recentemente. Ignorando que o BPN nos custou 8 submarinos, os nossos governantes têm escarnecido a sua aquisição e ignoram a sua utilidade. Os submarinos estimulam o orgulho indiano, mas aqui parece que envergonham e até temos um cadilhe que os quer vender. Uma tristeza nacional!