quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Salvem a azulejaria portuguesa em Macau!

A edição de ontem do jtm – Jornal Tribuna de Macau anunciava com grande destaque a informação - “azulejos sem reparação à vista” - mostrando a fotografia de um enorme painel de azulejos portugueses localizado num muro de vedação existente no Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen, que se encontram deteriorados. Esse muro vai ser intervencionado para alargamento do passeio adjacente, mas o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) revelou que não tem planos para restaurar os azulejos desse muro que faz parte do referido Parque Municipal e que integra a lista de bens imóveis classificados do território.
Os azulejos são uma das marcas da influência cultural portuguesa em Macau e são um exemplo da coexistência estética entre as culturas portuguesa e chinesa, estando aplicados em muitos locais daquele território e com diferentes funções decorativas ou funcionais.
Eu conheci Macau nos tempos finais da administração portuguesa do território e recordo-me de ter ficado impressionado com a profusão de azulejos que suportam a informação sinalética das ruas, escritas em português e cantonense, mas também com os azulejos existentes em muitos outros locais, recordando-me dos painéis que representam mapas e cenas de Macau antigo nas Portas do Cerco, no átrio interior do edifício do Leal Senado de Macau, na área do farol da Guia, em diversos fontanários espalhados pela cidade e nos painéis que decoram o aeroporto internacional de Macau da autoria de Eduardo Nery.
A notícia de que os painéis de azulejos estão deteriorados e não são para recuperar, é para lastimar pois são uma das marcas identitárias das relações culturais entre portugueses e chineses. Será que alguém pode fazer alguma coisa para salvar a marca da azulejaria portuguesa em Macau?