As eleições
gerais angolanas estão marcadas para o dia 23 de Agosto e José Eduardo dos
Santos (JES), que ocupa a Presidência do Estado e a chefia do Governo desde a
morte de Agostinho Neto em Setembro de 1979, não é candidato. Depois de cerca
de 38 anos na cadeira do poder, esta retirada de JES do poder só peca por ser
demasiado tardia e por ter atrasado o progresso de Angola e ter gerado uma
profunda desigualdade entre os angolanos.
Nos termos
constitucionais vão ser eleitos 130 deputados por um círculo nacional e mais 5 deputados por cada uma das 18 províncias
angolanas, o que dá um total de 220 deputados. O cabeça de lista pelo círculo
nacional do partido ou coligação vencedora é automaticamente eleito Presidente
da República e chefe do Governo.
Nas últimas eleições realizadas em 2012 o MPLA obteve 71,8% dos votos (175 deputados), enquanto a UNITA teve 18,6% (32 deputados). A longa permanência do MPLA no poder confere-lhe favoritismo nas eleições de 23 de Agosto e o seu candidato, o general João Manuel Gonçalves Lourenço, será provavelmente o sucessor de JES. O processo eleitoral está a andar com normalidade e o Jornal de Angola anuncia hoje que já foram sorteadas as posições de cada um dos seis concorrente nos boletins de voto.
Nas últimas eleições realizadas em 2012 o MPLA obteve 71,8% dos votos (175 deputados), enquanto a UNITA teve 18,6% (32 deputados). A longa permanência do MPLA no poder confere-lhe favoritismo nas eleições de 23 de Agosto e o seu candidato, o general João Manuel Gonçalves Lourenço, será provavelmente o sucessor de JES. O processo eleitoral está a andar com normalidade e o Jornal de Angola anuncia hoje que já foram sorteadas as posições de cada um dos seis concorrente nos boletins de voto.
Porém, na
democracia plena a que aspira a sociedade angolana, a realização de eleições é
uma condição necessária, mas não suficiente. Depois de um tão longo consulado
de JES e do MPLA, a sociedade angolana exige mudança de políticas, de processos
e de rostos, num ambiente liberto das burocracias e das prepotências dos interesses
instalados, muitas vezes envoltos em suspeitas de enriquecimento ilícito, mas
também o respeito pelos direitos da oposição e das forças do progresso
nacional. Nos tempos que aí vêm e até ao dia 23 de Agosto, todos vamos ter oportunidade
de ver como se comportam as autoridades angolanas e como respeitam ou não
respeitam os direitos da oposição, para saber se as eleições angolanas serão
autênticas ou não. Cabe-lhes convencer o mundo de que Angola é realmente uma sociedade democrática.