sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Economia do mar gera euforia em Macau

No próximo dia 20 de Dezembro, a Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China (RAEM) vai passar a administrar uma área marítima com 85 quilómetros quadrados.
No início do século XX o território de Macau tinha apenas 11,6 km2 de superfície distribuídos pela península de Macau e pelas ilhas da Taipa e Coloane, mas em meados do século começaram a ser feitos aterros, designadamente entre aquelas ilhas, daí resultando que a actual a RAEM tenha actualmente uma superfície de cerca de 29,5 km2. Com a decisão agora tomada pelo governo de Pequim abre-se a possibilidade de uma parte das novas zonas marítimas poderem vir a ser utilizadas para a construção de aterros, mas também para servir como instrumento de diversificação económica. Segundo revela a edição de hoje do jornal Hoje Macau, o anúncio do alargamento das águas territoriais macaenses provocou uma “onda de euforia”, perante a possibilidade da criação de novas áreas de negócio relacionadas com a economia do mar e de desenvolvimento do turismo náutico, o que significará mais emprego e mais riqueza. O jornal chamou mare nostrum ao alargamento das águas territoriais de Macau. De acordo com as autoridades marítimas, a RAEM dispõe de leis, regulamentos e experiência no âmbito da gestão marítima, designadamente na fiscalização e controlo de embarcações, portos e marinas, nas actividades da pesca e do turismo, bem como noutras actividades marítimias. Assim, a euforia macaense parece justificar-se pelas perspectivas oferecidas pela economia do mar.

Mourinho, a sabedoria e a conta bancária

Ontem foi largamente noticiado que Roman Arkadyevich Abramovich, o dono do Chelsea Football Club que é um dos mais populares clubes do futebol londrino, tinha despedido o português José Mourinho, o treinador da sua equipa de futebol.
Naturalmente que se trata de um acontecimento relevante e por isso é uma notícia, embora eu tivesse ficado surpreendido com a sua inesperada dimensão, isto é, Mourinho é apenas um treinador de futebol e, ao contrário de tantos outras personalidades, a sua acção pouco tem acrescentado para o progresso da Humanidade ou para a paz no mundo.
A primeira coisa que chama a atenção é o facto de se tratar de uma notícia quase universal, pois são inúmeros os jornais que, um pouco por todo o planeta, colocam a fotografia de Mourinho na sua primeira página. No caso da Inglaterra, da Espanha e de Portugal, a notícia do despedimento de Mourinho é ilustrada com uma fotografia e é mesmo a principal notícia em muitos jornais. O diário londrino The Guardian é apenas um deles.
Outro aspecto interessante do despedimento do treinador português é saber-se se foi por mútuo acordo ou se foi um despedimento litigioso. Segundo foi divulgado, tratou-se do fim do contrato por mútuo acordo e Mourinho vai ser indemnizado. Porém, enquanto alguns jornais ingleses referem que Mourinho vai receber uma indemnização de 10 milhões de libras, o The Sun aponta para 18 milhões. Porém, nenhuma imprensa se interessa tanto pelo assunto como a imprensa portuguesa que, sem excepção, trata de apresentar números para todos os gostos, registando valores de 18, 16, 13½, 13 e 10 milhões, sem especificar a moeda. Tem havido milhões de despedimentos e há milhões de desempregados na Europa, mas nenhum deles tem a conta bancária de Mourinho, apenas porque ele sabe cuidar de si.