Os 169 Estados-membros da Organização Internacional das Migrações (OIM),
criada em 1951 para encontrar soluções para o problema das migrações, elegeram
ontem António Vitorino para o cargo de director-geral daquele organismo que
integra a estrutura multilateral da ONU. A candidatura foi formalizada pelo
governo português em Dezembro do ano passado e António Vitorino foi eleito
depois de eliminar na quarta ronda de votação a candidata costa-riquenha Laura
Thompson, a actual vice-directora geral da OIM. Vitorino veio a ser eleito na
quinta ronda de votação, à qual compareceu sozinho, tendo sido em
todas as rondas o candidato mais votado, enquando o polémico candidato
americano Ken Isaacs que fora escolhido por Trump, ficou sempre em último
lugar.
A eleição foi muito festejada em Portugal porque se trata de mais um
português a ocupar um alto importante da cena internacional para o qual foi eleito por
aclamação, tal como acontecera com António Guterres e com Mário Centeno. Estas
eleições para altos cargos internacionais evocam-nos outros portugueses que,
podendo ter sido candidatos a altos cargos internacionais, escolheram a porta
pequena e trabalham como lobistas, por exemplo na Goldman Sachs, ou como funcionários de uma qualquer
organização ou, ainda, como facilitadores de negócios.
Não conheço, nem tenho
qualquer simpatia pessoal por António Vitorino, mas reconheço que a sua eleição
resulta do reconhecimento dos seus méritos e da campanha institucional que foi
conduzida a seu favor pelo governo. Porém, a imprensa portuguesa vai de mal a pior e apenas
dois jornais referiram numa pequeníssima notícia de primeira página a eleição
de Vitorino. Então a sua eleição não é uma grande notícia? Não merecia ao menos uma fotografia na primeira página? Que pobreza de
imprensa!