domingo, 19 de maio de 2019

As eleições para o Parlamento Europeu

Aproveitando as novas regras do voto antecipado, já hoje fui votar para o Parlamento Europeu e sou, portanto, um dos cerca de vinte mil eleitores que o requereram porque prevejo estar ausente do país no próximo dia 26 de Maio. As mesas de voto estavam instaladas no Edifício dos Paços do Concelho, na Praça do Município em Lisboa, tendo o processo sido eficiente e rápido. O meu dever cívico ficou cumprido, mas só o cumprimento desse dever democrático e a minha vontade de fortalecer a Europa e o seu projecto de prosperidade e paz, me fez votar. Se queremos Europa, então todos os votos são necessários.
Por aquilo que disseram ou não disseram em campanha eleitoral, conclui facilmente que a generalidade dos candidatos ao Parlamento Europeu não merecia o meu voto, nem tão pouco merece beneficiar do seu especial estatuto, nem das mordomias da condição de deputado europeu. Alguns nem sequer dão a cara e outros comportam-se como autênticos arruaceiros, não são capazes de mostrar uma ideia ou estruturar um discurso europeísta e tratam de fazer a caça ao voto de uma forma primária e mentirosa. Os casos mais evidentes são, provavelmente, os convencidos eurodeputados Melo e Rangel, que são repetentes nestas andanças, mas que não falam do seu trabalho em Bruxelas nem do que se propõem fazer por lá, preferindo abusar de um discurso insultuoso que não se dirige sequer aos seus adversários políticos, mas sobretudo contra o primeiro-ministro Costa.
Eles certamente conhecem a teoria do sociólogo Paul Lazersfeld, segundo a qual a maioria dos eleitores vota de acordo com a sua predisposição política inicial, ou seja, não altera o seu sentido de voto com as campanhas eleitorais. Assim, estas campanhas tornam-se num completo vazio de ideias, com o seu desfile de banalidades, de grosserias e de insultos, com os candidatos a recorrer ao fait divers do quotidiano, à intrigalhada e à maledicência, evidenciando por vezes grande ignorância e má fé naquilo que vão repetindo por arruadas, mercados e jantaradas. Acontece que, depois das eleições, deixamos de ouvir falar deles, excepto daqueles que têm um pé em Bruxelas mas que não desistem de aparecer por cá como comentadores encartados, para se promoverem e para aumentarem a sua conta bancária, porque muitos deles estão mais interessados nela do que no bem-estar dos portugueses. Não sei se o futuro da Europa pode ser feito com gente desta...