domingo, 22 de abril de 2012
A imoralidade das pensões douradas
O Correio da Manhã anuncia hoje que o número de reformados do Estado com pensões acima de quatro mil euros, as chamadas pensões douradas, não pára de aumentar. No final do ano passado, segundo o relatório da Caixa Geral de Aposentações existiam 5.235 pensionistas milionários, correspondendo a um aumento de 396 beneficiários face aos 4.839 indivíduos que recebiam reformas douradas em 2010, o que significa que houve um aumento de 8,2 por cento. Dá que pensar porque, segundo avaliou o jornal, a despesa anual com estas pensões ultrapassa os 250 milhões de euros.
Essa situação é absolutamente condenável e não há nenhum critério – tempo de serviço, cargo desempenhado, qualificação profissional ou académica – que justifique este tipo de privilégio que é uma vergonha para a Democracia e uma ofensa para a generalidade da população trabalhadora. Está de acordo com a lei? Mude-se a lei.
É um direito adquirido? Também os meus subsídios eram.
Como é sabido, a pensão média portuguesa é da ordem dos 300 euros, o salário mínimo é de cerca de 485 euros e há quase um milhão de desempregados. Neste quadro, é chocante que se mantenham essas situações injustas e até mesmo imorais, como por exemplo os mais de quatrocentos ex-políticos a receber uma pensão vitalícia. Muitos deles, são hoje gestores de topo em empresas privadas, mas acumulam a pensão do Estado, apesar dos cortes previstos pelo Orçamento do Estado.
Fala-se da reforma do sistema de pensões em Portugal que, de acordo com as promessas eleitorais, devia avançar ainda este ano. Mas esta gente só tem coragem para enfrentar os fracos, porque frente aos fortes apenas revela cobardia.
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