Foi em
Abril de 2014 que começaram os confrontos militares no Leste da Ucrânia e,
passados cerca de 8 meses, já estão contabilizados mais de 5 mil mortos e 1,2
milhões de refugiados e, como hoje diz o jornal luxemburgês Le
Quotidien, a Ucrânia está à beira do precipício.
Assim,
uma vez mais, temos o continente europeu confrontado com uma guerra dentro das
suas fronteiras geográficas e culturais e com uma tragédia que nos recorda um passado histórico
de conflitualidade, sem que os seus dirigentes se entendam e consigam impor a
negociação, o cessar-fogo e a resolução pacífica deste conflito.
Na
Ucrânia há uma parte que quer virar-se para a prosperidade da União Europeia e
outra parte que quer manter os seus laços tradicionais com a Rússia e, do intenso
combate político em que o país se envolveu, resultou o confronto militar. Os
combates entre as forças regulares do exército ucraniano e os independentistas
das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk intensificaram-se
nos últimos tempos e o número de mortos continua a aumentar, com as televisões
a mostrar as imagens brutais da morte, do sofrimento e da destruição. Os separatistas pró-russos
anunciaram a intenção de criar uma frente única para unir as duas frentes de
combate activas, apelaram à urgente mobilização de 100 mil combatentes e ameaçaram
estender a guerra a todo o território ucraniano.
Perante
este cenário em que os separatistas pró-russos parecem estar a consolidar e
alargar posições no terreno, o governo de Kiev teme uma invasão russa e acusa o
governo de Putin de já estar a intervir no terreno, pelo que os Estados Unidos
estão a ponderar uma resposta com o envio de auxílio militar que poderá incluir
sistemas antiaéreos, anti-morteiro e antitanque. embora a Alemanha e a França não apoiem essa solução.
Muitos
analistas já consideram que os tempos da “guerra fria” estão de volta e, como
hoje escreveu o diário Le Quotidien, a Ucrânia está à beira
do precipício, sobretudo porque não há dirigentes capazes de fazer
qualquer coisa pela negociação e pela paz ou, então, são mais sensíveis aos seus interesses económicos do que às tragédias humanas dos outros.