sexta-feira, 5 de março de 2021

A pandemia e o Jair desesperam o Brasil

Com um sentido inverso do que se passa em Portugal, o Brasil está a atravessar um momento muito difícil devido à crise pandémica, verificando-se que o número de óbitos se aproxima dos dois mil registos diários, enquanto o número de novos infectados ultrapassa os setenta mil casos por dia. Esta situação é muito preocupante porque já estão contabilizados 260.970 óbitos desde o início da pandemia, um valor que no mundo só é superado pelos Estados Unidos. 
Embora seja difícil perceber as razões da actual subida de casos e de óbitos, verifica-se que a imprensa brasileira atribui uma boa parte dessa responsabilidade ao próprio presidente da República, recordando o mau exemplo que constituem as palavras que utiliza quando fala para a imprensa: “E daí?", "gripezinha", "não sou coveiro" e "país de maricas" foram algumas das formas utilizadas pelo presidente da República  para desvalorizar ou mesmo desdenhar publicamente uma situação que continua a alastrar e que já infectou mais de dez milhões de brasileiros.
Neste contexto, o presidente Jair Bolsonaro interveio e ontem fez uma declaração pública em Goiás, em que afirmou: "Vocês não ficaram em casa. Não se acovardaram. Temos que enfrentar os nossos problemas. Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?".
O jornal Estado de Minas, que se publica na cidade de Belo Horizonte, foi um dos jornais que não gostou da frescura, nem do mimimi, tendo criticado severamente as declarações do Jair, lembrando-lhe que o país real está desesperado. Outros jornais criticaram o Jair e lembraram a carência de vacinas e um confinamento pouco eficaz, a par de uma enorme quebra na economia. A OMS classificou a situação por que passa o Brasil como uma tragédia.
O Brasil bem precisava de um outro presidente, porque quando isto acabar vai ser necessário reconstruir o Brasil.