quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Stop fire in Syria

Vasco Gargalo: Stop fire in Syria (Fonte: cartoonmovement.com)
Estão decorridos sete anos desde que começou a guerra na Síria ou, como por vezes se vai dizendo, as várias guerras da Síria.
No terreno e após sete anos de brutalidade e de tragédia não há vencedores, mas há apenas os sinais da violação dos direitos humanos, da morte e da destruição sistemática de um país, para além de uma consolidação do poder da Rússia na região. Apesar de todos os seus esforços, as Nações Unidas não têm conseguido parar a guerra e abrir o caminho a uma paz duradoura. Não é difícil perceber quem são os principais responsáveis por esta prolongada crueldade, que está a utilizar os sírios para satisfação das suas ambições geopolíticas, mas tem sido mais fácil condenar Bashar el-Assad e ignorar as responsabilidades. dos grandes dirigentes mundiais ou dos líderes dos países vizinhos. A diplomacia internacional tem sido ineficaz, ao contrário das suas agências noticiosas e da sua propaganda que procuram mostrar que, naquela tragédia, há uns protagonistas que são os bons e outros que são os maus, quando na realidade são todos muito maus. Lembremo-nos do que aconteceu em Kobane, Palmyra, Allepo, Racca e, agora, em Afrin e Ghouta, em que a manipulação da informação é feita sempre no mesmo sentido, através da utilização de imagens de forte impacto emocional. A utilização do poder dos mass media prolonga e alimenta todas as guerras através da manipulação das opiniões públicas. Essa é uma realidade que já vem pelo menos desde a 1ª Guerra Mundial. 
O cartoonista Vasco Gorgulho utilizou o seu talento e criou um cartoon bem esclarecedor, em que o secretário-geral das Nações Unidas procura apanhar a multiplicidade de bombas que caem na Síria, estando rodeado por estilhaços das bombas sírias, americanas, sauditas, russas, israelitas, turcas e iranianas, faltando-lhe ainda as bombas dos curdos, dos libaneses do Hezbollah, dos mercenários islâmicos do Daesh e outras mais. São bombas a mais e todas são igualmente devastadoras, quer sejam exibidas ou não nas televisões. Parem com todas elas!