Há poucos meses o
mundo assistia preocupado à realização de testes nucleares e ao ensaio de
mísseis de médio e longo alcance norte-coreanos, sempre acompanhados pelos ameaçadores discursos de
Kim Jong-un, ao mesmo tempo que via Donald Trump responder àquela ameaça com o
envio de porta-aviões para os mares da Coreia e com a promessa de “fogo e
fúria”, em apoio do seu aliado sul-coreano Moon Jae-in.
Porém, no passado
mês de Fevereiro vieram os Jogos Olímpicos de Inverno realizados em PyeongChang
e a aproximação entre as duas Coreias começou a acontecer quando na cerimónia
de abertura as equipas dos dois países desfilaram sob a mesma bandeira. Tal
como acontecera noutros locais e noutras circunstâncias, a diplomacia desportiva
deu frutos e o facto é que, dois meses depois, os presidentes Moon Jae-in e Kim
Jong-un se encontraram na passada sexta-feira na Zona Desmilitarizada da
Coreia.
Desde que em 1953
se chegou ao cessar-fogo na guerra civil que dividiu a península coreana, este
foi apenas o terceiro encontro entre os dois países e o primeiro ao mais alto
nível. Segundo refere a imprensa e as televisões mostraram, o encontro começou
com um longo aperto de mão entre Moon e Kim e terminou com um abraço caloroso.
Entre esses gestos houve muita cordialidade e humor e, sobretudo, a assinatura
de um acordo em que se abriu uma nova era de paz e de negociações para o início
da desnuclearização da península da Coreia.
Não é preciso ser
especialista nestes assuntos para compreender a importância deste encontro para
as duas Coreias e para o mundo, depois de 65 anos de tensão e de consumo de
recursos e de energias que melhor teriam sido utilizados para promover o
bem-estar dos coreanos do norte e do sul.
A China e os
Estados Unidos que também combateram na guerra de 1950 a 1953, aplaudiram este
encontro e o mundo suspira de alívio ao ver que, se a paz é possível na Coreia,
também é possível na Síria e em todas as coreias e sírias que há pelo mundo.