segunda-feira, 13 de maio de 2013

Eles andam demasiado desorientados

É demais! As contradições e as mentiras dos nossos governantes são constantes e cada vez há menos paciência para aturar esta gente, que diz e se desdiz, que se revela ignorante e inexperiente, que é forte para com os fracos e fraca perante os fortes, que ainda não percebeu para quem governa e que tem uma chocante insensibilidade social. O servilismo e o seguidismo com que seguem a troika e os seus funcionários, transtornou-os e, objectivamente, andam perdidos e desorientados.
Aqui há dias o nosso primeiro, esquecendo tudo o que prometeu, anunciou mais uma taxa sobre as pensões e a dispensa de trinta mil funcionários públicos, através de rescisões por mútuo acordo e, repetiu, por mútuo acordo. Depois veio o jovem Rosalino acrescentar mais informação sobre a redução retrospectiva e um corte médio de 10% nas pensões, mas também sobre a redução de 100 mil funcionários públicos até ao fim da legislatura. Que grande Rosalino! Seguiu-se o ministro Portas a afirmar, peremptoriamente, que o corte de 3,5% nas pensões “é a fronteira que não pode deixar passar”, porque “não queremos uma espécie de cisma grisalho”. Porém, poucos dias depois, meteu a viola no saco, tirou a máscara e aceitou a taxa de 10% sobre as pensões.
O comentador Professor Marcelo foi muito claro ontem ao afirmar que “as pessoas já não levam a sério” o primeiro-ministro, enquanto à mesma hora o comentador Sócrates dizia que “a credibilidade de Paulo Portas ficou arrasada”. Quem sou eu para não lhes dar toda a razão? E o que faz o homem do leme?
Na realidade, bem pior do que a crise por que passamos, é termos gente desta a governar-nos.

 

 

O desporto une e orgulha a Espanha

A Espanha vive tempos social e economicamente muito difíceis, porque a crise é muito severa e gera recessão e altíssimo desemprego. As medidas de austeridade adoptadas têm gerado grande contestação e libertado tensões acumuladas ao longo da história, de que o exemplo maior é o renascimento do soberanismo. O soberanismo não é um problema novo e existe desde que a Espanha se formou no século XVI, centralizada em torno de Castela e da sua capital, o que sempre gerou tensões entre o centro e as periferias, ou entre o centro continental e as sensibilidades marítimas mediterrânicas e atlânticas.
Apesar desse quadro de diversidade cultural e linguística, há muitos factores de identidade nacional, desde os estereótipos da sesta, do jantar tardio e da passeata nocturna pelas ruas, até ao património cultural comum expresso na monumentalidade das suas cidades-museu e nas suas grandes figuras como Picasso e Salvador Dali, Plácido Domingo e José Carreras, Penélope Cruz e António Banderas, para só mencionar alguns.
Porém, o grande factor de unidade nacional é o desporto, como se viu em 2010 quando a selecção espanhola conquistou o Campeonato do Mundo de Futebol. Foi um momento de grande orgulho nacional e, nessa equipa, juntaram-se jogadores representativos das diferentes sensibilidades espanholas. Ontem, Fernando Alonso e Rafael Nadal triunfaram desportivamente. As televisões de todo o mundo mostraram. Os jornais relataram e mostraram as fotografias. É mais um caso do orgulho e da unidade espanhola pela via do desporto, como o jornal ABC destaca.