A Espanha vive tempos social e economicamente muito
difíceis, porque a crise é muito severa e gera recessão e altíssimo desemprego.
As medidas de austeridade adoptadas têm gerado grande contestação e libertado
tensões acumuladas ao longo da história, de que o exemplo maior é o
renascimento do soberanismo. O soberanismo não é um problema novo e existe desde
que a Espanha se formou no século XVI, centralizada em torno de Castela e da
sua capital, o que sempre gerou tensões entre o centro e as periferias, ou
entre o centro continental e as sensibilidades marítimas mediterrânicas e atlânticas.
Apesar desse quadro de diversidade cultural e linguística,
há muitos factores de identidade nacional, desde os estereótipos da sesta, do
jantar tardio e da passeata nocturna pelas ruas, até ao património cultural
comum expresso na monumentalidade das suas cidades-museu e nas suas grandes
figuras como Picasso e Salvador Dali, Plácido Domingo e José Carreras, Penélope
Cruz e António Banderas, para só mencionar alguns.
Porém, o grande factor de unidade nacional é o desporto,
como se viu em 2010 quando a selecção espanhola conquistou o Campeonato do Mundo
de Futebol. Foi um momento de grande orgulho nacional e, nessa equipa, juntaram-se
jogadores representativos das diferentes sensibilidades espanholas. Ontem,
Fernando Alonso e Rafael Nadal triunfaram desportivamente. As televisões de
todo o mundo mostraram. Os jornais relataram e mostraram as fotografias. É mais
um caso do orgulho e da unidade espanhola pela via do desporto, como o jornal
ABC destaca.
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