A pandemia do covid-19 desorientou bastante as nossas
vidas e os nossos hábitos sociais e culturais mas, apesar de ainda ser
necessária muita prudência, começa a sentir-se algum desanuviamento. A vida
social agita-se com a retoma das férias, com a chegada dos turistas e com a
frequência de restaurantes, enquanto as iniciativas culturais começam a
aparecer sobretudo quando podem garantir o “distanciamento social” que as
autoridades sanitárias recomendam. Assim acontece com as exposições que, quando
são bem planeadas e organizadas, significam aprendizagem e fruição cultural.
Quando ainda está
activa no Palácio da Ajuda a excelente exposição D. Maria II. De princesa brasileira a rainha de Portugal. 1819-1853,
surge na cidade de Lisboa uma outra exposição intitulada Histórias de Um Império, apresentada pela Fundação Oriente e
comissariada por um reconhecido especialista nas artes orientais que é Nuno
Vassalo e Silva.
Trata-se uma
exposição inédita de obras da Colecção Távora Sequeira Pinto, que documenta,
com 150 peças, as relações artísticas entre Portugal e as culturas do império
asiático. A exposição centra-se em oito núcleos temáticos e mostra “a riqueza,
a complexidade e a surpreendente beleza da arte produzida nas redes comerciais
criadas por Portugal, um pouco por toda a Ásia”. As obras de arte e os objetos
característicos apresentados documentam uma diversidade muito alargada de
origens, tipologias e materiais.
A exposição estará patente até Outubro de
2022 e conta com a publicação de um catálogo que reúne textos de investigadores
nacionais e estrangeiros, especialistas nas temáticas abordadas. Segundo foi
anunciado, a importante colecção particular de Távora Sequeira Pinto vai
encontrar uma nova casa no Matadouro Industrial de Campanhã, uma das 16 futuras
“estações” do Museu da Cidade do Porto.
Eu já visitei e recomendo.