A SPA - Sociedade Portuguesa de Autores inaugurou uma exposição de grande interesse histórico e pedagógico, alusiva à passagem dos 50 anos do início da guerra colonial.
A exposição consta de vários painéis com expressivos textos, fotos, mapas e outros documentos, mostrando o que foram os 13 anos de guerra nas frentes de Angola, Guiné e Moçambique, que custaram a vida a mais de dez mil portugueses e ainda causaram dezenas de milhares de feridos e de estropiados.
Porém, a guerra colonial que resultou da intransigência salazarista, também representou o doloroso fenómeno do exílio, com muitos milhares de jovens a radicarem-se noutros países por discordarem da guerra.
A exposição também recorda a prisão do Tarrafal e a queda da Índia Portuguesa, destacando os momentos e as figuras mais marcantes da vida política portuguesa nesse período que decorreu de 1961 a 1974, bem como os grandes protagonistas do lado português e do lado da resistência anticolonial. Alguns painéis são dedicados ao modo como a guerra se reflectiu na vida cultural e artística portuguesa, ao papel da censura e da repressão, às tentativas armadas de mudança do regime salazarista e, ainda, às consequências que o conflito e o exílio tiveram na vida intelectual e científica do país.
A exposição pretende contrariar algum esquecimento da nossa história que se tem vindo a verificar nas últimas décadas e, de forma mais acentuada, nos últimos anos, constituindo um excelente exercício de memória sobre o nosso passado recente.
A exposição ficará patente nas instalações da SPA (Rua Gonçalves Crespo, 62, em Lisboa) até finais de Abril e, naturalmente, é muito recomendável.