quarta-feira, 24 de setembro de 2025

A América da abundância e da violência

O assassinato de Charlie Kirk, um jovem influenciador e activista americano ligado ao Partido Republicano e, especialmente a Donald Trump, quando discursava num campus universitário no Estado de Utah, gerou uma onda de preocupação face à crescente violência que se verifica nos Estados Unidos, um país onde se estima que os civis possuam mais de 400 milhões de armas, um número que ultrapassa a população do país, que é de cerca de 340 milhões de habitantes.
Daqui resulta que a violência com armas de fogo nos Estados Unidos se traduz num aumento da criminalidade com alguns milhares de mortos todos os anos, o que gera uma crescente insegurança pública, que até já levou Donald Trump a decretar uma intervenção da polícia federal na capital americana e em outras cidades.
As estatísticas oficiais ressaltam essa realidade sombria, pois “somente em 2023, o Arquivo sobre Violência Armada registou 18.854 mortes por violência armada, excluindo suicídios”. Tiroteios nas ruas e até nas escolas têm-se tornado frequentes e há uma crescente sensação de insegurança pública, o que fez do crime violento uma das principais preocupações da sociedade americana e dos seus políticos.
Esta situação de proliferação da violência na sociedade mais abundante do planeta, mostra que há graves problemas na sociedade americana, designadamente a desigualdade económica e social, a pobreza, o racismo e a marginalização política.
Tudo isso tratou a última edição do jornal USA Today, que destacou em manchete que “o medo das armas afasta os turistas dos Estados Unidos”, o que configura não só um problema económico, mas que é, também, um retrato de um gravíssimo problema social na sociedade da abundância.