O assassinato de
Charlie Kirk, um jovem influenciador e activista americano ligado ao Partido
Republicano e, especialmente a Donald Trump, quando discursava num campus
universitário no Estado de Utah, gerou uma onda de preocupação face à crescente
violência que se verifica nos Estados Unidos, um país onde se estima que os
civis possuam mais de 400 milhões de armas, um número que ultrapassa a
população do país, que é de cerca de 340 milhões de habitantes.
Daqui resulta que
a violência com armas de fogo nos Estados Unidos se traduz num aumento da
criminalidade com alguns milhares de mortos todos os anos, o que gera uma
crescente insegurança pública, que até já levou Donald Trump a decretar uma
intervenção da polícia federal na capital americana e em outras cidades.
As estatísticas
oficiais ressaltam essa realidade sombria, pois “somente em 2023, o Arquivo
sobre Violência Armada registou 18.854 mortes por violência armada, excluindo
suicídios”. Tiroteios nas ruas e até nas escolas têm-se tornado frequentes e há
uma crescente sensação de insegurança pública, o que fez do crime violento uma
das principais preocupações da sociedade americana e dos seus políticos.
Esta situação de
proliferação da violência na sociedade mais abundante do planeta, mostra que há
graves problemas na sociedade americana, designadamente a desigualdade
económica e social, a pobreza, o racismo e a marginalização política.
Tudo isso tratou
a última edição do jornal USA Today, que destacou em manchete
que “o medo das armas afasta os turistas dos Estados Unidos”, o que configura
não só um problema económico, mas que é, também, um retrato de um gravíssimo
problema social na sociedade da abundância.