Ontem foi um dia
desportivamente delirante, com delírios para vários gostos.
No sábado a
equipa do FC Porto tinha assegurado o título de campeã nacional de futebol, o
que aqui se saúda. Desde então, as televisões dedicaram horas sem fim ao
delírio dos adeptos, dos jogadores e dos dirigentes. É natural que se festeje
até porque a vitória teve mérito, mas é um exagero o tempo que as televisões
dedicaram a esta festa, com demasiados directos e inúmeras intervenções que se
repetiam e que apenas serviram para que uns tantos estagiários aparecessem a
dizer banalidades. A lógica da indústria televisiva está dominada pelas
audiências e pela informação-espectáculo que é demasiado panfletária e sem seriedade
nem rigor, pelo que o delírio futeboleiro e popular deste fim de semana serviu às mil maravilhas
para servir esse desígnio.
Ontem também
aconteceu a vitória de João de Sousa no Estoril
Open, uma das 39 provas do ATP World Tour 250, isto é, as provas cujos
prémios se situam entre abaixo do milhão de dólares. À escala portuguesa a
vitória de João de Sousa foi um grande feito desportivo, porque nas 28 edições
do Estoril Open nunca qualquer
português chegara à final. Porém, neste caso o delírio apenas tomou conta dos três ou
quatro milhares de pessoas que estiveram em Cascais e de mais uns tantos que
assistiram à final transmitida por um canal televisivo.
As televisões é que definem como são as coisas e aqui está como as televisões geram delírios assimétricos, de resto na linha do que fazem com outros acontecimentos. Portanto, o FC Porto e o João de Sousa ganharam. Parabéns aos vencedores, glória aos vencidos. Para o ano há mais.
As televisões é que definem como são as coisas e aqui está como as televisões geram delírios assimétricos, de resto na linha do que fazem com outros acontecimentos. Portanto, o FC Porto e o João de Sousa ganharam. Parabéns aos vencedores, glória aos vencidos. Para o ano há mais.
No meio de tanta
assimetria no tratamento dos acontecimentos desportivos deste fim de semana, há
que saudar o jornal A Bola, essa eterna referência do jornalismo desportivo
português, pela forma proporcionada como informou e como ilustrou a sua capa
com os entusiasmos que cada um dos acontecimentos provocou.