Com muitos milhares
de quilómetros quadrados de superfície, os seus 20 milhões de habitantes e as
suas riquezas naturais, a República de Angola é um grande país que, por razões
históricas e culturais, está presente no imaginário e nos afectos de todos os
portugueses. Não deixa de ser singular que os cidadãos de um país que é o mais
antigo país da Europa e que pertence à União Europeia, estejam emocionalmente mais
próximos de Angola do que da generalidade dos seus parceiros comunitários.
A relação
estabelecida entre Portugal e Angola iniciou-se em finais do século XV, prolongou-se
por quase cinco séculos e resistiu ao colonialismo e à guerra colonial. Depois,
com a independência angolana e a guerra civil que se lhe seguiu, a relação
luso-angolana passou por algumas dificuldade mas resistiu e, uma dúzia de anos
depois da guerra, assistimos à afirmação da República de Angola como uma
importante potência regional onde trabalham milhares de portugueses e que está
a atrair as atenções dos grandes interesses internacionais.
Na sua última
edição, o semanário Nova Gazeta que é distribuído gratuitamente em Angola, destaca
exactamente essa realidade com o título “o mundo à volta de Angola” e diz:
“É inédito na história recente angolana: em apenas
uma semana, José Eduardo dos Santos esteve em França e no Vaticano e recebeu o
secretário de Estado norte-americano, o líder chinês e o antigo presidente
brasileiro. Só faltaram a Alemanha e a Rússia, no naipe dos mais poderosos.
Angola ganha peso na geopolítica internacional”.
É, naturalmente,
uma boa notícia para Angola, mas também para os amigos de Angola e dos angolanos.