No seu recente
discurso ao país sob a forma de conferência de imprensa o irrevogável ministro portas ultrapassou as marcas e atirou
muita poeira para os olhos dos portugueses. Entre as coisas que anunciou para
exibir o seu populismo e a sua (in)coerência, destacou-se o anúncio de medidas
de poupança que o governo vai adoptar no próximo ano, que não afectam
directamente os contribuintes, nem os reformados, nem os funcionários públicos.
Era o ataque ao capital que este governo fazia, pela boca do corajoso ministro e
a medida anunciada era, nada mais nada menos, que uma nova taxa sobre as rendas
das produtoras de electricidade. Finalmente, a população via uma decisão que
contribuia para a moralização da nossa vida fiscal!
Porém, o
presidente não executivo da EDP que dá pelo nome de catroga, reagiu imediatamente e, esquecendo-se que a empresa teve
um lucro de 1125 milhões de euros em 2011 e um lucro de 1012 milhões de euros
em 2012, veio dizer que se tratava de uma taxa injusta, que violava os
contratos assinados com a China Three Gorges, a empresa que detém 21,35% do seu
capital e que, além disso, também iria afectar os consumidores. E fica a dúvida: catroga é mandarete ou mandarim?
A personagem
tornou-se conhecida dos portugueses pelo seu estilo caceteiro e pela ignorância
com que tratou os problemas do Estado, ao insistir que se resolviam com o corte
de gorduras. Depois foi premiado e passou a ganhar cerca de 45 mil euros por mês,
coisa que o comentador mendes, seu
correlegionário, considerou mais ou menos pornográfica. Deixou de ter vergonha. É um novo-rico. E disse, ainda, que com
esta medida, a credibilidade do Estado ficaria em xeque. É caso para ver como o
dueto passos-portas vai resolver o
xeque que já lhe foi posto pelos accionistas chineses da EDP e pelo seu amigo catroga.