Contrariamente ao
que alguma imprensa e muita televisão têm omitido ou têm tratado com uma exagerada
cumplicidade, durante os mais de quatro anos de governo em que se quis ir “para
além da troika” e em que os nossos governantes se deixaram humilhar pelos diktats
de Bruxelas e Berlim, as coisas não correram nada bem. A Europa impôs uma
austeridade que provocou uma enorme recessão, um grande aumento do desemprego e
muita emigração, mas quis mostrar o caso português como um exemplo de sucesso,
quando na verdade foi um caso de grande hipocrisia, de muita mentira e de
grossa promiscuidade em que os nossos governantes participaram, sem pudor nem
emenda. Todos nos lembramos da forma ilegítima como Bruxelas procurou impedir
que tivéssemos um novo governo, pois havia a intenção de manter em Lisboa um
governo de marionetas, mas a estratégia não resultou. Os casos da CGD e do
Banif são exemplares para provar que a governação de Passos e de Portas, mas
também de Gaspar e Maria Albuquerque, foi uma monumental mentira, pois deixaram
estes casos armadilhados e ainda tiveram a desonestidade de falar em saída
limpa.
Passados alguns
meses, Bruxelas parece estar a mudar de ideias e, segundo o jornal
i, “Bruxelas arrasa Maria Luís e Vítor Gaspar no caso Banif”, em que
objectivamente nada fizeram.
Foram
incompetentes e irresponsáveis. Agora aproxima-se o caso CGD e, embora deva
haver muita gente sem sombra de pecado, o facto é que o problema é grande e já
vinha de trás, sem que aquelas poderosas eminências que governaram as nossas
Finanças Públicas (e que depois arranjaram belos empregos à custa disso), nada
tivessem visto. Não será a altura de lhes pedir responsabilidades? Que a
Justiça apure o que se passou.