O derrube de um
bombardeiro Su-24 russo acontecido ontem na fronteira entre a Turquia e a Síria é um
acontecimento muito grave: os
turcos dizem que o avião violou o seu espaço aéreo e que os seus pilotos
avisaram dez vezes durante cinco minutos antes de terem lançado o ataque,
enquanto os russos garantem que o seu aparelho não saiu do espaço aéreo sírio.
Está aberta uma nova frente no conflito sírio e as suas consequências são
imprevisíveis, exactamente quando o Presidente Hollande desenvolve esforços
para fazer uma grande coligação internacional contra o terrorismo e voa para
Nova Iorque e para Moscovo para juntar Obama e Putin.
Este incidente não podia ter acontecido.
Este incidente não podia ter acontecido.
Vladimir Putin considerou este ataque como "uma
facada nas costas dada pelos cúmplices dos terroristas" e afirmou que este
acto terá consequências, enquanto o secretário-geral da NATO pediu calma e
diplomacia para que este incidente seja esclarecido entre as partes.
Os recentes acontecimentos de Paris parecem ter acordado
os dirigentes ocidentais para o problema da Síria e do Iraque e têm mostrado
que não é o apoio ou não apoio a Bashar al-Assad que é importante agora. Todos
estão ameaçados e todos parecem estar de acordo na necessidade de bloquear as fontes
de financiamento do ISIS e do terrorismo, que são o petróleo vendido no mercado
negro através da Turquia, além de outros apoios que receberão da mesma Turquia,
da Arábia Saudita e do Qatar. Por isso, este incidente não podia ter acontecido
e vem demonstrar que a Turquia não quer os russos por ali, porque protegem os
curdos e apoiam Bashar al-Assad, o que é contra os seus interesses, isto é,
os turcos estão mesmo muito envolvidos na questão síria e nas suas envolventes estratégicas e até religiosas. Estas coisas não acontecem por acaso e este incidente até pode ter sido fabricado pelos turcos.