No passado dia 2
de Setembro ocorreu um enorme incêndio que destruíu o Palácio de São Cristóvão no Rio de Janeiro, em que estava instalado o Museu Nacional. Era um
dos mais emblemáticos edifícios históricos da cidade, ocupava uma área de 13
mil metros quadrados e, em termos culturais, o incêndio destruíu um património
museológico único e provocou uma verdadeira calamidade cultural.
A peritagem que
tem vindo a ser efectuada já concluíu que a causa do incêndio foi um curto-circuito num
aparelho de ar condicionado do auditório, localizado no primeiro andar do
edifício, mas também apurou que o Museu Nacional não dispunha de estruturas de
combate a incêndios, que houve falhas no sistema de prevenção, que o sistema de controlo
dos detectores de fumo não estava accionado e que não existiam portas
corta-fogo que poderiam ter retardado a propagação das chamas e do fumo. Houve, portanto, demasiado descuido.
A temperatura durante o
incêndio ultrapassou os mil graus e a maior parte do acervo do Museu foi
destruído. Foi um desastre para o património cultural do Brasil, mas as
autoridades “arregaçaram as mangas” e começaram o trabalho que havia de ser
feito. Assim, segundo hoje relata o jornal O Globo, foi logo contratada uma empresa para fazer algumas obras de emergência,
sobretudo a estabilização das estruturas e a execução de uma cobertura provisória do edifício,
bem como a remoção de entulhos e a recuperação de peças do acervo museológico que ainda pudessem
ser salvas. Cerca de 85% do trabalho já está concluído e já foram
removidas 1500 toneladas de entulho, assim como as vigas metálicas e outros
materiais destruídos pelo incêndio.
Hoje, o jornal O
Globo não só publicou uma reportagem sobre os resultados da peritagem
às causas do incêndio, como também publicou uma fotografia de primeira página a quatro
colunas das ruinas do Museu, a alertar os seus leitores para que esta tragédia não fique esquecida.