O principal
instituto brasileiro de pesquisas políticas é o Datafolha, que faz parte do
mesmo grupo empresarial do jornal Folha de S. Paulo e que tendo feito
uma sondagem com 3.666 entrevistas presenciais entre os dias 13 e 16 de
Dezembro, obteve resultados muito significativos, com uma margem de erro de
apenas dois pontos percentuais.
Segundo essa
sondagem, Luiz Inácio Lula da Silva venceria as eleições presidenciais com 47%
de votos se as mesmas fossem realizadas hoje, enquanto Jair Bolsonaro não teria
mais do que 21% dos votos. A tendência para a polarização está a aumentar no
Brasil e as intenções de voto nos candidatos da chamada terceira via mostram
que essas candidaturas têm pouca viabilidade e que Sergio Moro (9%), Ciro Gomes
(7%) e João Doria (3%), até poderão vir a desistir da corrida presidencial. A
sondagem da Datafolha também analisou os resultados de uma eventual segunda
volta em que Lula da Silva derrotaria Bolsonaro por 59% a 30%, mas que também
venceria folgadamente Moro, Ciro e Doria.
A popularidade e
o prestígio de Bolsonaro estão em acentuada queda e 60% dos brasileiros dizem
não acreditar em nada do que ele diz, enquanto só 13% acreditam sempre nas
palavras do seu presidente. O seu governo também é fortemente reprovado pela
opinião pública, pois é rejeitado por 53% da população e só tem o apoio de 22%.
Daí resulta que, segundo a sondagem referida, numa segunda volta eleitoral
Bolsonaro perderia para qualquer um dos seus quatro adversários. Parece,
portanto, que Jair Bolsonaro tem o seu futuro político traçado, até porque o
Brasil não esqueceu os 617 mil óbitos causados pelo covid-19 e não perdoa a forma irresponsável como ele sempre se
referiu à pandemia. Porém, o que não há dúvidas é que a herança que vai deixar
para o seu sucessor é muito pesada.