terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Grandes exposições de regresso a Lisboa

Frontispício do catálogo da exposição
Depois do sucesso internacional que foi a Expo 98, a cidade de Lisboa entrou no calendário cultural europeu por via de grandes exposições e de grandes concertos, tendo havido quem dissesse que não era necessário ir a Paris, Londres ou Berlim para acompanhar a melhor oferta cultural europeia. Porém, esse dinamismo cultural quebrou com a crise do covid 19, mas parece ter reaparecido recentemente. 
Por iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, desde o dia 10 de Novembro que na sua galeria principal de exposições do edifício-sede, está patente a exposição “O Tesouro dos Reis. Obras-primas do Terra Sancta Museum”, organizada pelo Museu Calouste Gulbenkian em colaboração com o Terra Sancta Museum de Jerusalém. A exposição mostra uma parte do tesouro artístico do Terra Sancta Museum, constituído por doações feitas por monarcas católicos europeus a várias igrejas da Palestina, incluindo a Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Na tradição cristã, este templo é o local da morte, sepultura e ressureição de Jesus de Nazaré e o envio de ofertas significava a devoção católica dos monarcas europeus, mas também a exibição do seu poder. Assim, diversos soberanos, como Filipe II de Espanha, Luís XIV de França, João V de Portugal, Carlos VII de Nápoles ou Maria Teresa de Áustria, enviaram importantes recursos materiais e financeiros destinados ao sustento das igrejas e comunidades locais, mas também objectos artísticos, tais como ourivesaria, pintura, escultura, têxteis, mobiliário e moedas de ouro, entre outras preciosidades. Como alguém escreveu, são “mil anos de história”, mas também da história da arte.
A exposição é servida por um excelente catálogo de 288 páginas e estará patente até ao dia 26 de Fevereiro, seguindo depois para Santiago de Compostela, Florença e Nova Iorque.