Frontispício do catálogo da exposição |
Depois do sucesso
internacional que foi a Expo 98, a cidade de Lisboa entrou no calendário
cultural europeu por via de grandes exposições e de grandes concertos, tendo havido
quem dissesse que não era necessário ir a Paris, Londres ou Berlim para acompanhar
a melhor oferta cultural europeia. Porém, esse
dinamismo cultural quebrou com a crise do covid
19, mas parece ter reaparecido recentemente.
Por iniciativa da Fundação
Calouste Gulbenkian, desde o dia 10 de Novembro que na sua galeria principal de
exposições do edifício-sede, está patente a exposição “O Tesouro dos Reis. Obras-primas do Terra Sancta Museum”,
organizada pelo Museu Calouste Gulbenkian em colaboração com o Terra Sancta
Museum de Jerusalém. A exposição mostra uma parte do tesouro artístico do Terra
Sancta Museum, constituído por doações feitas por monarcas católicos europeus a
várias igrejas da Palestina, incluindo a Basílica do Santo Sepulcro, em
Jerusalém. Na tradição cristã, este templo é o local da morte, sepultura e
ressureição de Jesus de Nazaré e o envio de ofertas significava a devoção católica
dos monarcas europeus, mas também a exibição do seu poder. Assim, diversos soberanos, como Filipe II de
Espanha, Luís XIV de França, João V de Portugal, Carlos VII de Nápoles ou Maria
Teresa de Áustria, enviaram importantes recursos materiais e financeiros
destinados ao sustento das igrejas e comunidades locais, mas também objectos artísticos, tais como ourivesaria,
pintura, escultura, têxteis, mobiliário e moedas de ouro, entre outras
preciosidades. Como alguém escreveu, são “mil anos de história”, mas também da história da arte.
A exposição é
servida por um excelente catálogo de 288 páginas e estará patente até ao dia 26
de Fevereiro, seguindo depois para Santiago de Compostela, Florença e Nova
Iorque.
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