Segundo os
últimos indicadores do Eurostat o desemprego em Espanha é de 26,7% e em
Portugal é de 17,5% e este indicador é, seguramente, um dos mais decisivos no
que respeita à situação económica e social dos países ibéricos. Cada um deles, à
sua maneira, reage a esse grave problema económico e social, porque ele representa
um factor de empobrecimento nacional, significa a recessão e a quebra da produção
nacional e, sobretudo, provoca a corrosão do tecido e da coesão social.
Porém, a Espanha
não aceitou a tutela da troika e hoje,
uma vez mais, reage às políticas de austeridade impostas pelos credores e pelos
seus patronos, como destaca o El País
ao anunciar que “Rajoy y Rubalcaba unen
su voz para pedir a Europa menos austeridad”.
Aqui em Portugal é
diferente e, com indiferença, incompetência e seguidismo cego, prossegue a
atitude de submissão com que os nossos dirigentes obedecem à troika e nos humilham.
O Diário de Notícias destaca hoje que o
nosso primeiro prometeu ao FMI que vai cortar o dobro da despesa já em 2013, o
que significa o agravamento da austeridade e a obediência a uma instituição
que, ainda recentemente, assumiu erros nas políticas que impôs à Grécia. Será
que não há imaginação para fazer diferente? E como se articula o discurso
anti-FMI do homem do leme com esta submissão do nosso primeiro? E como é que,
com estes cortes na despesa e a consequente quebra de rendimento das famílias,
se estimula a procura interna e se cria emprego? Ao fim de dois anos de governo,
a paixão pela austeridade prossegue e as suas trágicas consequências estão à
vista.